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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Monólogo de uma Árvore



Sou mais uma planta do Cerrado. Sou árvore resistente. Quantas vezes já fui queimada viva. Olhem meu tronco: há marcas de queimaduras por todo meu corpo; no início, quando era mais jovem, meu tronco se refazia quase totalmente. Hoje, a cada queimada, fico mais escura e envelhecida. Olho à minha volta. O que vejo? Poucas árvores, minhas companheiras, resistiram e do que semeei, muito, muito pouco conseguiu sobreviver. As plantas nativas, como eu, árvore pensativa, quando não são destruídas por queimadas, são arrancadas para darem lugar para mais abrigos do inimigo número um de nossa Mãe Natureza. Tudo bem, eles nascem às centenas todo segundo, mas não podemos conviver um com o outro? Não podemos ser amigos? Queria tanto. Quero continuar vendo crianças subindo, alegres, em meu tronco. Quero abrigar aqueles que passam por mim e descansam sob minha copa. Quero ver pássaros fazendo ninhos em meus galhos. Quero não ver mais queimadas. É horrível. Quero não ver mais plantas sendo arrancadas. Olhem, de onde estou avisto um bosque de eucaliptos. Eles não são daqui; foi a mão 'daquele inimigo' que os plantou. Coitado, ele não sabe que eles, os eucaliptos, não gostam deste clima do cerrado. Ele não sabe que somos nós, árvores nativas deste lugar, que podemos melhor sustentar o solo. Ele não sabe... Ele não sabe tantas coisas.
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Notas: 1- Foto e texto do blog Multivias - A Natureza em Fotos e Variedades. Post: Via Natureza 12: Série Cerrado - I: Monólogo de uma Árvore
2- Todas as fotos e textos do blog Multivias são de minha autoria, Luísa N. Tenho vários álbuns de fotos sobre a natureza; caso você queira utilizar alguma(s), do blog ou dos álbuns, fique à vontade. Mas, por favor, cite a fonte e os créditos. Você não gostaria que eu pegasse uma imagem, um poema ou algum outro texto seu e copiasse sem a devida citação, não é verdade? Logo, não faça o mesmo com os outros blogueiros.

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5 comentários:

JAIRCLOPES disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JAIRCLOPES disse...

Luiza,
Eu já havia lido esse monólogo no seu blog, mas, nem por isso ele deixou de ser comovente e sensível.
Enquanto o Homo sapiens não entender que faz parte de tudo que vê a sua volta; enquanto ele se julgar melhor que os demais seres da natureza; enquanto ele se comportar como se a natureza tenha sido feita para seu deleite, estaremos numa viagem só de ida, estaremos fadados a errar cada vez mais e o preço que pagaremos será a extinção da vida neste lindo Planeta azul, infelizmente. Não sei se acontece com você, mas eu me vejo pregando no deserto quando escrevo meus textos ecologicamente engajados, parece que nossos descendentes pagarão o preço da incúria de nossa geração. Abraços fraternos e continue assim, pelo menos poderá dizer que fez a sua parte. JAIR.

Maria Rodrigues disse...

Hoje encontrei o seu blog e adorei.
Vou acompanhar com prazer
bom fim de semana
bjs
Maria

Leonel disse...

Comovente o monólogo da árvore. E linda a foto! Aquela planície me lembra as coxilhas do Rio Grande.
No Rio a gente só vê serra para todo o lado, o horizonte fica escondido.
Nossa juventude precisa ser ensinada a amar e respeitar a natureza como nós fomos ensinados.

Almirante Águia disse...

Triste realidade. Quem será este inimigo, que não pensa, age modifcando a paisagem e as relações naturais?

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