Texto publicado no blog: www.jairclopes.blogspot.com em junho de 2009.
O tatu é um mamífero desdentado pequeno encouraçado, isto é, tem uma espécie de armadura que o protege contra os predadores, (em espanhol, o nome do bicho é "armadillo" que quer dizer exatamente, Encouraçado). Esta "armadura" é composta por placas ósseas muito fortes que envolvem todo o seu corpo, da cabeça até à ponta da cauda na maioria das espécies, porque em algumas o rabo é desprovido delas, é coberto de couro e tem pelos, essas espécies são chamadas Tatus-de-rabo-mole que, aliás, são erroneamente tidos como violadores de cemitérios, onde se alimentariam de cadáveres. Melhor para eles, pois assim não são abatidos para servir de refeição a ninguém. Em geral corpo do animal é castanho e pode ter variações entre o castanho claro e o amarelo acinzentado. A gravidez da mãe tatu demora mais ou menos dois meses. As crias nascem entre dois a quatro por ninhada, sendo todos gêmeos univitelinos, ou seja, todos machos ou todos fêmeas, não existem ninhadas mistas. Os filhotes do tatu nascem sem pêlos, sem dentes, sem ouvir, sem ver e com a boca tapada por uma membrana que só tem uma pequena abertura que lhes permite mamar, são completamente dependentes da mãe, depois, conforme vão crescendo, tudo muda, eles passam a ser ativos e autônomos, não mais precisam de cuidados maternos. Para fazer a sua toca, o tatu cava túneis muito profundos na terra mole da floresta ou do campo unde vive. É na toca que passa a maior parte do dia e ela é tão grande que podem morar lá vários tatus. Essas tocas têm várias entradas o que permite ao tatu evadir-se ou despistar os predadores. Mas, se o tatu passa o dia dentro da sua toca, como é que come? Bom, como é um animal noctívago (que dorme de dia e sai à noite) o tatu vai à procura de alimento depois de escurecer. Os tatus são bons caçadores porque são muito rápidos em terra firme e nadam bem. Comem insetos (principalmente formigas, cupins e suas larvas) e outros invertebrados, minhocas e alguns vegetais, como raízes, frutos, etc.
Este animal vive apenas na América, sendo que, por alguma razão desconhecida, está migrando das áreas quente onde sempre viveu para os Estados Unidos. Desde 1880 foram detectados alguns indivíduos entrando no Texas vindos do México e, de lá para cá, já foram vistos até em estados bem mais frios ao norte.
O bicho existe há milhares de anos. Fósseis encontrados em sítios arqueológicos nas Américas atestam três coisas: O animal vivia em uma vasta área, muito maior que esta que seus descendentes hoje vivem; seu antepassado pré-histórico era gigantesco, chegava a ter o tamanho de um fusquinha; e o homem paleolítico se alimentava desse antepassado grandão. Até hoje os maiores inimigos dos tatus são os homens, que gostam muito da sua carne para comer, mas também as onças e as aves de rapina.
Contudo, estes predadores nem sempre têm sorte, porque quando o tatu se sente ameaçado corre para uma de suas tocas e, o tatu-bola em particular, enrola-se todo e nenhum inimigo, a não ser o homem, consegue capturá-lo. Os tatus, tal como as preguiças e os tamanduás fazem parte de uma ordem de animais chamada "sem dentes", contudo, o engraçado é tatus e preguiças não são "banguelas", algumas espécies têm até noventa dentes. Talvez, têm este nome porque seus dentes, apesar de até serem muitos, não têm raiz, são assim como os nossos dentes de leite.
Existem várias espécies de tatus, alguns grandes como o Tatu-canastra que é também chamado de Tatu-açu, Tatu-carreta e, tanto sua designação sistemática (giganteus) como seu nome indígena (açu) ressaltam bem o fato de ser o maior dos tatus vivos, pode medir um metro de comprimento do focinho até a ponta da cauda, e chega a pesar sessenta quilos. Seu corpo, quase totalmente desprovido de pêlos, apresenta alguns fios duros, esparsos, que aparecem entre as placas do seu revestimento. É o maior e mais raro dos tatus vivos e é um bicho que só briga quando inevitável. Por causa de sua carne saborosa e armadura resistente, hoje é raríssimo nas diversas regiões brasileiras onde ocorria. Vive na Floresta Amazônica e trechos de Mato Grosso, longe de zonas povoadas.
Este animal vive muito mal em cativeiro, por isso é difícil encontrá-lo em zoológicos. Ele faz parte dos 207 espécies de animais que estão ameaçados de extinção, apesar de serem protegidos por lei. Outra espécie curiosa desse animal é o Tatu-bola, que é o menor tatu brasileiro, o único tatu endêmico, isto é, que existe apenas no nosso país e o mais ameaçado, porque, como não cava bem como os outros tatus, é mais fácil de ser caçado na região de seca, onde há pouca comida. Para se defender, esse tatu se enrola completamente, formando uma bola, daí o nome popular, e o rabo e a cabeça se adaptam como num quebra-cabeça, protegendo o corpo do tatu, o que não o defende do homem, porém, porque fica fácil pegar a bola que é o tatu e enfiar num saco. Por ser ainda muito caçado, o tatu-bola desapareceu em Sergipe e no Ceará, mas ainda existe na Bahia, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, nas regiões ainda despovoadas. Apesar de protegido por lei, esse animalzinho é caçado até dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara e da Estação Ecológica do Raso da Catarina, áreas de conservação, onde no passado o tatu-bola existia em quantidade. Nas Américas há 21 espécies desse desdentado noturno, diferentes no tamanho e nos habitats. O Tatu-de-nove-faixas, também conhecido como tatu galinha, é muito difundido desde a América do Sul até a região central dos Estados Unidos para onde migrou, conforme dissemos acima. Para salvar o tatu, os cientistas estão propondo estudos para criação em cativeiro e principalmente programas de educação ambiental para a população da área onde ainda sobrevivem esses animais. O problema é que esses bichos vivem, justamente, em regiões onde caboclos com fome, ou por hábito mesmo, não deixam de caçar os tatus para comê-los, se tiverem oportunidade.
Outra coisa é que os tatus são animais que não se adaptam a quaisquer mudanças de ambiente, se o local em que vivem se deteriora por ação do homem eles desaparecem. Finalmente, gostaria de viver num mundo em que meus netos pudessem conhecer essa criatura ambientalmente sensível, tímida e tão interessante. Acredito que sua perpetuação forneceria a prova que vivemos num planeta viável. JAIR, Canoas, 14/06/09.
Este animal vive apenas na América, sendo que, por alguma razão desconhecida, está migrando das áreas quente onde sempre viveu para os Estados Unidos. Desde 1880 foram detectados alguns indivíduos entrando no Texas vindos do México e, de lá para cá, já foram vistos até em estados bem mais frios ao norte.
O bicho existe há milhares de anos. Fósseis encontrados em sítios arqueológicos nas Américas atestam três coisas: O animal vivia em uma vasta área, muito maior que esta que seus descendentes hoje vivem; seu antepassado pré-histórico era gigantesco, chegava a ter o tamanho de um fusquinha; e o homem paleolítico se alimentava desse antepassado grandão. Até hoje os maiores inimigos dos tatus são os homens, que gostam muito da sua carne para comer, mas também as onças e as aves de rapina.
Contudo, estes predadores nem sempre têm sorte, porque quando o tatu se sente ameaçado corre para uma de suas tocas e, o tatu-bola em particular, enrola-se todo e nenhum inimigo, a não ser o homem, consegue capturá-lo. Os tatus, tal como as preguiças e os tamanduás fazem parte de uma ordem de animais chamada "sem dentes", contudo, o engraçado é tatus e preguiças não são "banguelas", algumas espécies têm até noventa dentes. Talvez, têm este nome porque seus dentes, apesar de até serem muitos, não têm raiz, são assim como os nossos dentes de leite.
Existem várias espécies de tatus, alguns grandes como o Tatu-canastra que é também chamado de Tatu-açu, Tatu-carreta e, tanto sua designação sistemática (giganteus) como seu nome indígena (açu) ressaltam bem o fato de ser o maior dos tatus vivos, pode medir um metro de comprimento do focinho até a ponta da cauda, e chega a pesar sessenta quilos. Seu corpo, quase totalmente desprovido de pêlos, apresenta alguns fios duros, esparsos, que aparecem entre as placas do seu revestimento. É o maior e mais raro dos tatus vivos e é um bicho que só briga quando inevitável. Por causa de sua carne saborosa e armadura resistente, hoje é raríssimo nas diversas regiões brasileiras onde ocorria. Vive na Floresta Amazônica e trechos de Mato Grosso, longe de zonas povoadas.
Este animal vive muito mal em cativeiro, por isso é difícil encontrá-lo em zoológicos. Ele faz parte dos 207 espécies de animais que estão ameaçados de extinção, apesar de serem protegidos por lei. Outra espécie curiosa desse animal é o Tatu-bola, que é o menor tatu brasileiro, o único tatu endêmico, isto é, que existe apenas no nosso país e o mais ameaçado, porque, como não cava bem como os outros tatus, é mais fácil de ser caçado na região de seca, onde há pouca comida. Para se defender, esse tatu se enrola completamente, formando uma bola, daí o nome popular, e o rabo e a cabeça se adaptam como num quebra-cabeça, protegendo o corpo do tatu, o que não o defende do homem, porém, porque fica fácil pegar a bola que é o tatu e enfiar num saco. Por ser ainda muito caçado, o tatu-bola desapareceu em Sergipe e no Ceará, mas ainda existe na Bahia, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, nas regiões ainda despovoadas. Apesar de protegido por lei, esse animalzinho é caçado até dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara e da Estação Ecológica do Raso da Catarina, áreas de conservação, onde no passado o tatu-bola existia em quantidade. Nas Américas há 21 espécies desse desdentado noturno, diferentes no tamanho e nos habitats. O Tatu-de-nove-faixas, também conhecido como tatu galinha, é muito difundido desde a América do Sul até a região central dos Estados Unidos para onde migrou, conforme dissemos acima. Para salvar o tatu, os cientistas estão propondo estudos para criação em cativeiro e principalmente programas de educação ambiental para a população da área onde ainda sobrevivem esses animais. O problema é que esses bichos vivem, justamente, em regiões onde caboclos com fome, ou por hábito mesmo, não deixam de caçar os tatus para comê-los, se tiverem oportunidade.
Outra coisa é que os tatus são animais que não se adaptam a quaisquer mudanças de ambiente, se o local em que vivem se deteriora por ação do homem eles desaparecem. Finalmente, gostaria de viver num mundo em que meus netos pudessem conhecer essa criatura ambientalmente sensível, tímida e tão interessante. Acredito que sua perpetuação forneceria a prova que vivemos num planeta viável. JAIR, Canoas, 14/06/09.
Um comentário:
Lá no Nordeste, eu ouvia os locais falarem de um tipo de tatu chamado tatu-peba, mas nunca vi um destes para poder descreve-lo.
É uma pena que um bichinho tão interessante e inofensivo esteja sendo extinto.
Teve um pedreiro, natural do Espírito Santo, que trabalhou aqui em casa e dizia que a carne do tatu é muito saborosa. Talvez por isto ele seja tão perseguido.
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