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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Sal


Foto da internet.

Texto plublicado no blog: www.jairclopes.blogspot.com em agosto de 2009.
No dia-a-dia de nossa civilização “fast-tudo”, com tantas opções disponíveis para facilitar ou melhorar as condições de vida do homem moderno, é quase impossível nós repararmos nos detalhes que fazem a diferença entre viver hoje e há cem ou duzentos anos, por exemplo. Estão tão entranhadas no nosso cotidiano as melhorias conquistadas ao longo do desenvolvimento social humano que quase não as vemos – e se vemos não reparamos: a água que escorre da torneira, que mata nossa sede e torna a vida mais limpa e saudável; a eletricidade sempre à mão para acionar os diversos recursos domésticos a nossa volta; os combustíveis (gases e líquidos) que produzem energia para deslocamentos, calefação e preparo alimentar; os próprios alimentos já semipreparados; e, principalmente o SAL, talvez por ser implícito, diluído, camuflado e apenas sentido nas comidas e bebidas. Contudo, esse condimento tão vulgar e barato já foi nobre.
Os registros do uso do sal remontam a 5 mil anos. Ele já era usado na Babilônia, no Egito, na China e em civilizações pré-colombianas. Cerca de 110 a.C., o Imperador chinês Han Wu Di iniciou o monopólio do comércio de sal no país, transformando a "pirataria de sal" em crime sujeito à pena de morte. Foi também considerado um artigo de luxo e só os mais ricos tinham acesso a ele. Nas civilizações mais antigas, contudo, apenas as populações costeiras podiam extraí-lo. Mesmo assim, estavam sujeitas a períodos de escassez, determinados por condições climáticas e por períodos de elevação do nível do mar. A tecnologia de mineração só começou a se desenvolver na Idade Média. Basicamente existem dois tipos de sal, um deles é o sal marinho que é extraído através da evaporação da água do mar, e o outro é o sal de rocha também conhecido como sal-gema que é retirado das minas subterrâneas ou planícies de sal que são resultantes de mares e lagos antigos que secaram. É comum encontrar nos altiplanos bolivianos imensos lagos secos com profundidade de até cem metros de sal puro, aliás, lagos que são a única fonte de sal daquele País que não possui litoral.
Ao longo da história da humanidade, principalmente na Europa, o sal foi considerado, juntamente com as chamadas especiarias, fundamental para a preservação dos alimentos e foi chamado de ouro branco. Era usado principalmente na conservação de carnes de aves, de peixes e de gado. Os Gregos e Romanos, utilizavam o sal como moeda para suas transações e com este condimento os romanos pagavam os soldados de suas legiões, daí surgiu a palavra salário que deriva de sal. Por ser tão valioso, o sal foi alvo de muitas disputas. Roma e Cartago entraram em guerra em 250 a.C. pelo domínio da produção e da distribuição do sal no Mar Adriático e no Mediterrâneo. E após vencer os cartagineses, o exército romano salgou as terras do inimigo, para que se tornassem estéreis.
O sal em seu estado puro consiste de cloreto de sódio em forma de cristais e é encontrado em grande quantidade na natureza, em alguns casos são adicionados a ele substâncias ou temperos para o seu uso culinário. O Sal de cozinha, de mesa ou refinado: é o mais comum e também mais usado para preparar os alimentos; neste sal pelas leis brasileiras deve-se ser adicionado iodo para se evitar o bócio. Sal marinho: Existem diversos tipos, dependendo da procedência e a cor de seus cristais pode variar. O sal marinho, obtido por evaporação da água do mar, é um sal usado como ingrediente na cozinha e em produtos cosméticos, entre outros. O seu conteúdo mineral dá-lhe um sabor diferente do sal de mesa, que é principalmente cloreto de sódio purificado a partir do sal marinho ou obtido de sal rochoso (halite), um mineral obtido por mineração de minas de sal. O sal de mesa também contém, por vezes, aditivos tais como iodetos (usados como suplemento alimentar) e vários agentes antiaglomerantes. A macrobiótica considera que o sal marinho é uma alternativa mais saudável ao sal de mesa.
Várias zonas do mundo, incluindo a França, a Irlanda, e a área de Cap Cod (EUA), produzem sal marinho menos salgado, por isso, especializado. Na maior parte do mundo, o sal marinho é mais caro que o sal de mesa. Entretanto, no Brasil, em função da abundância de locais de fácil encontro do binário sol/sal, como o litoral do nordeste, o sal marinho é o tipo mais comum e barato. Como Portugal possuía salinas, tratou de exportar seu sal para as colônias e de proibir não apenas a extração local, como o aproveitamento das salinas naturais.
Os brasileiros, que tinham acesso a sal gratuito e abundante, foram obrigados, em 1655, a consumir o produto caro da metrópole. No final do século 17, quando a expansão da pecuária e a mineração de ouro aumentaram demais a demanda, a coroa, incapaz de garantir o abastecimento, permitiu o uso do sal brasileiro, desde que comercializado por contratadores, ou seja, por atravessadores portugueses. Os médicos aconselham que devemos reduzir o consumo de sal, para prevenir doenças no coração, principalmente a hipertensão.
Entretanto, a mesma ciência que nos aconselha consumir menos desse tempero, permite que praticamente a TODOS os produtos alimentares seja adicionado cloreto de sódio. Como sou hipertenso, procuro evitar alimentos e bebidas que contenham valores apreciáveis de sódio, e, para isso, bani todo e qualquer refrigerante – inclusive di
ets e ligths - de minha vida, só bebo água mineral. Também não tomo água de coco porque contém sódio. Para minha surpresa, descobri que algumas marcas de água mineral têm sódio adicionado! Durma-se com um barulho destes! A elevada ingestão de sal de cozinha faz com que o organismo retenha mais líquidos e aumente seu volume, podendo elevar a pressão sanguínea causando a hipertensão que é responsável pelo infarto e a AVC (Acidente Vascular Cerebral), além disso o excesso de sal pode também prejudicar os rins. Não é somente diminuir o sal dos alimentos, deve-se também observar que vários alimentos industrializados possuem sal, por exemplo: pães, queijos, cereais, bolachas, enlatados, e, principalmente, embutidos.
Desde já, dá para inferir duas coisas: na vida moderna é impossível livrar-se completamente do SAL; e, apesar dos riscos, sua presença é desejada, porquanto a vida é menos saborosa, a vida se torna INSÍPIDA sem esse condimento. JAIR, Floripa, 21/08/09.

2 comentários:

Luísa Nogueira disse...

Jair, o açúcar adoça nossa vida; o sal, tira o insosso de nosso dia a dia. Sem eles a vida fica sem graça. A criação divina é tão perfeita que já deixou à disposição da humanidade alimentos contento açúcar e sal. Se fossemos mais sábios, não os usaríamos como 'complementos' de nossa alimentação. Eles já existem nelas.

Aqui em casa não adoçamos sucos; as frutas já são doces! Sal? O mínimo possível. Um prato bem temperado com as diversas ervas aromáticas, também à disposição de todos, não precisa de sal, pelo menos não muito...

Leonel disse...

Um absurdo o monopólio que a metrópole fazia sobre o sal, elemento tão abundante na natureza que deveria ser fornecido gratuitamente!
Mas, falando de saúde:
Segundo publicado na revista Proteste, da Associação de Defesa do Consumidor, os alimentos industrializados prontos, assim como os temperos vendidos em tabletes e sachês, contém altas doses de sódio, cada porção representando um percentual significativo do consumo máximo diário recomendado.
Isto para as pessoas normais. Para os hipertensos como eu, nem é bom falar!

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