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Sob o céu azul de Brasília, à
sombra de um jenipapeiro, Gilvany trabalha. Acorda cedo, prepara café, leite bem
quentinho e sucos diversos - de maracujá, de caju e dos jenipapos que por
vezes ela encontra, caídos debaixo do pé de jenipapo, como se estivessem à sua
espera... |
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Enche algumas caixas de
isopor com pão-de-queijo, beiju e bolos que ela faz todos os dias, cortados em
pedaços. Assim, cheia de delícias, com um jaleco imaculadamente branco, ela
fica, todos os dias, ao lado de um ponto de ônibus, expondo, em uma mesa com
toalha branca, carinho e guloseimas. |
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Os fregueses chegam e Gilvany,
entre um sorriso e outro, atende a todos. |
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Copa do jenipapeiro |
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Galhos com jenipapos |
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Nesta foto podemos ver o formato
das folhas, os galhos e dois jenipapos
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O jenipapo da esquerda ainda está em fase de maturação. Os outros dois já podem ser consumidos; foram encontrados por Gilvany debaixo do jenipapeiro. Ela gentilmente me cedeu para essas fotos. |
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Um jenipapo cortado ao
meio |
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Polpa do jenipapo. Para um suco
cremoso é só misturar leite e açúcar. Bater ou não no
liquidificador. |
Gilvany deixa seus
filhos na escola e corre para o trabalho, onde fica todas as manhãs. Na parte da
tarde se organiza para a manhã seguinte, enquanto prepara o básico para a
sobrevivência de sua família.
Gilvany representa os
brasileiros e as brasileiras - milhões deles! - que saem todos os dias para um
trabalho informal - sem férias, décimo-terceiro ou qualquer outro
direito trabalhista.
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Jenipapo, fruto do jenipapeiro. Pode ser
consumido in natura e de mil modos, como por exemplo, em doces, compotas,
refrescos e sucos, além de vinho, vinagre, cachaça e licor. Quem nunca
experimentou o famoso licor de jenipapo feito em Goiás? Quando ainda verde, seu
suco é um corante utilizado em tinturas para tecido, objetos de barro e, pasmem,
em tatuagens.
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Nota: Passando estes dias por este mesmo local, vi Gilvany com seu tabuleiro de quitutes. Resolvi, então, compartilhar com vocês deste blog isto que tentei mostrar no Multivias, que é bem representativo de Brasília: frutíferas enfeitando avenidas e uma das milhares de mães trabalhadoras informais.
Por falar em Brasília, aqui estamos em clima de deserto. Com a falta de chuvas, o tempo está super seco. Horrível. Hoje estamos com 12% de umidade relativa do ar, já tendo chegado a 10%. As queimadas estão por toda parte. Como mudar isso? E as causas, quais são? Alguém pode nos dizer?
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6 comentários:
Gostei Luiza,
Como sempre, você aborda o assunto com competência e o ilustra com belíssimas fotos. Abraços, JAIR.
Obrigada Jair! Pelo comentário e pela gentileza de sempre...
Não conhecia este fruto, excelente forma de o apresentar.
Bom domingo
Beijinhos
Maria
É um fruto típico do nordeste do Brsil, Maria, mas pode ser encontrado em outras regiões. Seja bem vinda, amiga!
Suadades da infância, do genipapo tirado no "pé", do seu gosto suculeno, a saudade me enche a boca, o coração suspira saudade.
Parabéns pelo post.
Abraço.
Saudades também de você e de seus comentários, Otelice!
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