Coleópteros são insetos da ordem Coleoptera cuja característica mais notável é aquela carapaça lustrosa, muitas vezes bem colorida que cobre as asas delicadas, protegendo-as. Essa carapaça ou casquinha, chamada élitro, contribui para a estética do bicho e suas cores e padrões podem definir a espécie ou variedade a qual o inseto pertence. Todos os besouros, joaninhas, vaquinhas, carochinhas, gorgulhos, cascudinhos, escaravelhos, carunchos, brocas ou qualquer nome que se dê a esses insetos blindados, são coleópteros. Esses bichos são extremamente bem adaptados aos diversos climas e variedade de ambientes, de forma que vivem em desertos, planícies, matas ciliares, rios, lagos, praias, mangues, montanhas, florestas tropicais e temperadas, pântanos, campos e quaisquer outros nichos ecológicos imagináveis de todos os continentes com exceção da Antártida. Grande parte das pragas que atacam as lavouras são coleópteros, quer insetos adultos, quer suas larvas. Assim, nos acostumamos associar esses bichos com danos que eventualmente eles nos causam e os temos na conta de inimigos públicos, para dizer o menos. Entretanto, essa idéia de perversidade ligada ao inseto não se traduz em números, das 350 mil espécies conhecidas de coleópteros, apenas algumas dezenas, efetivamente, ocupam-se em atacar os cultivares desenvolvidos para alimentação humana, a esmagadora maioria é inocente, ou seja, trata-se de insetos inofensivos que só estão preocupados com a reprodução, alimentação e modus vivendi lá deles, sem tomar conhecimento que na superfície do planeta em que vivem, existe um tal de homo sapiens, seja lá o que isso for ou represente para sua própria existência. Outras tantas espécies podem ser bonitas, úteis, curiosas, muito grandes, muito pequenas, ignoradas, feias, bizarras, estranhas ou indiferentes, mas não molestam o ser humano. A Joaninha é um exemplo de animal bonito e útil – quem durante a infância não apreciou a beleza colorida da carapaça pintalgada de uma joaninha? As joaninhas são predadores no mundo dos insetos e alimentam-se de afídeos, moscas-da-fruta e outros tipos de insetos. Uma vez que a maioria das suas presas causa estragos às colheitas e plantações, as joaninhas, o mais das vezes, são consideradas benéficas pelos agricultores. O Besouro vira-bosta ou escaravelho é exemplo de animal útil também: é um bichinho de cerca de 4 centímetros de cor verde metálica ou marrom, que tem como característica o hábito de fazer uma bola de excrementos de animais, principalmente de cavalo, a qual costuma rolar até um local onde, junto com a fêmea, que põe ovos sobre a bola, enterra e deixa para as larvas que nascerem se alimentarem. Essa bolas servem de adubo para a terra onde se encontram. O Besouro bombardeiro é o típico animal curioso: Vivendo na superfície da terra este besouro passa a maior parte do tempo se escondendo entre raízes de árvores ou debaixo de pedras. Sendo um animal carnívoro, gosta de comer insetos de corpo mole e moluscos como lagartas e caracóis, sendo muito veloz para alcançar sua presa. O nome de bombardeiro se dá ao fato de que quando se sente ameaçado bombardeia, em qualquer direção em que se encontre seu predador, com o jato de um líquido que sai do seu abdome. Este líquido sai e provoca uma espécie de fumaça azulada produzindo um barulho alto assustando deste modo o inimigo. Esse líquido expelido sai fervendo e com um cheiro bastante forte e desagradável, podendo provocar queimaduras em outros insetos. Na pele humana só causa uma leve ardência. O Besouro gigante é bizzarro, não só é o maior besouro como também é o maior inseto do mundo. Além ser o maior inseto em peso, também é o maior invertebrado voador. Vive na Floresta Amazônica e se alimenta de material orgânico em decomposição no solo úmido. Pode chegar até a 22 centímetros de comprimento, é maior do que a mão de um homem adulto, e pesar cerca de 70 gramas. Em matéria de periculosidade também os coleópteros estão bem representados. O Besouro venenoso medindo de um dois centímetros vive no sul e centro da Europa, Sibéria e América do Norte. Começa a aparecer na Europa durante o verão. A fêmea põe seus ovos próximos às colméias, pois quando os filhotes nascem entram no ninho das abelhas. Lá dentro sofrem uma transformação, soltam a pele e viram larvas minúsculas que passam a se alimentar das larvas das abelhas. Além de exalar um cheiro muito forte, para que os predadores não se aproximem, eles soltam um veneno que queima a pele formando bolhas. Insetos considerados dos mais venenosos que existem. Outro coleóptero muito interessante é o Besouro Serrador, este bicho costuma fazer um corte bem definido em torno de um galho, o qual derruba e no qual a fêmea deposita ovos que, ao eclodirem, geram larvas que se alimentarão da madeira do galho. O Vaga-lume ou pirilampo também é um coleóptero dos mais estranhos. Com seu corpo frágil, cor de terra, a fêmea do vaga-lume pode somente arrastar-se no chão. Como ela faz para chamar a atenção dos machos alados que zumbem no ar quente da noite? Para compensar a falta de asas, desenvolveu algo muito especial: pequenas glândulas que segregam luciferina, uma substância que em determinadas condições se torna luminescente. A luz verde é o sinal para que o macho interrompa seu balé aéreo e venha juntar-se à fêmea. Essa diferenciação tão marcada entre os sexos é rara entre os coleópteros. Na maioria das espécies de pirilampos ambos os sexos são alados e luminescentes, e o macho atrai as fêmeas com suas luzes pisca-pisca. Este processo é chamado de "oxidação biológica" e permite que a energia química seja convertida em energia luminosa sem a produção de calor. As luzes têm diferentes cores, pois variam de espécie para espécie e nos insetos adultos facilitam a atração sexual. Os lampejos equivalem ao início do namoro: são códigos para atrair o sexo oposto. Mas a luminescência também pode ser usada como instrumento de defesa ou para atrair a caça. De todos os coleópteros o Vaga-lume talvez seja o mais exótico de todos. Bem, considerando esse multimilenar universo de seres pequenos, podemos facilmente escolher os coleópteros como os representantes mais formidáveis dos insetos pela sua espantosa variedade, pela diversidade de suas aptidões e pela beleza de seus coloridos. JAIR, Floripa, 12/04/09.
5 comentários:
Bom dia Jair!
Amei a composição fotográfica e aprendi nuito com seu texto...
Bons momentos hoje com nossos Dunguinhas!
Obrigado Luiza, você é minha leitora predileta.
Jair,
Valeu pelo texto, minha pequena Cecília é apaixonada pelas joaninhas, estas são os motivos prediletos em seus elásticos de cabelo. Muitas vezes ela fica com um pequeno besourinho colorido andando o andando em seu braço, não é raro que ela esteja em alguma planta procurando um besourinho para brincar. Fora isso há uma incrivel variedade de imãs na geladeira, com besourinhos das mais variadas cores. Ela gostou muito de ver as fotos. Fato interessante, a menina ficou muito triste quando viu uma aranha enrolando uma joaninha na teia, sua exclamação foi: Pai, acontece mesmo!? Depois pediu-me para retirá-la de lá. Expliquei que ela deveria deixar acontecer. Mesmo um tanto entristecida, acompanhou todo o processo até o momento em que a aranha dispensou o exosqueleto do besourinho. Por fim disse: Painho, vou contar prá todo mundo na escola que é tudo verdade o que a gente viu no filme (um filem que mostra um proquinho e uma aranha que se ajudam).
É confortador saber que existem pessoas que fazem um trabalho como esse. Blog Maravilhoso!!!!
Visita meu blog, lá tme uma poesia
intitulada A natureza Pede Abrigo.
Abraços,
Paz e Poesia!
Oi Magda Vanuza, obrigada pela visita...
Queria visitar seu blog mas ele não apareceu em seu perfil. Deixe o link que iremos até lá, ok?
Um grande abraço!
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