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sábado, 26 de março de 2011

Não existe almoço grátis



Ilustração da internet
Texto publicado no blog: www.jairclopes.blogspot.com em 10/03/11.

Muito bem, durante a crise do petróleo nos anos setenta, crise que assustou o público consumidor do produto e despertou a consciência das nações para o quanto eram dependentes do óleo extraído, em maior parte, de uma região instável politicamente e conflagrada por guerras recorrentes, o mundo ocidental não auto-suficiente se viu compulsado a adotar medidas que permitissem diminuir ou eliminar sua dependência do óleo oriundo do Oriente Médio.

Fora as pirotecnias demagógicas que muitos líderes adotaram como recomendar aos usuários que deixassem seus carros em casa, andassem de bicicleta ou a pé, houve medidas econômicas como aumentar o preço dos combustíveis de modo a tornar proibitivo que os mais pobres usassem seus veículos. A indústria automotiva botou a boca no trombone, ameaçou fechar muitas fábricas, – em alguns casos fechou mesmo – demitir gente e lembrou que isso diminuiria a arrecadação de impostos. Os governos acuados recuaram o mais das vezes, e tomaram medidas para buscar novas jazidas do produto ou fontes alternativas antes desprezadas. No Brasil intensificaram-se os investimentos na prospecção do óleo e, ao mesmo tempo, procurou-se aperfeiçoar tecnologia que permitisse uso do álcool como combustível de automóveis.

Como pioneiro na conversão de motores ao consumo de álcool, o principal problema das autoridades foi estimular os ricos usineiros a destinar partes substanciais de suas colheitas à produção do álcool combustível (etanol). Enquanto o governo promovia estudos econômicos para a produção em grande escala, oferecendo tecnologia e até mesmo subsídios às usinas produtoras de açúcar e álcool, as indústrias automobilísticas instaladas no Brasil na época - Volkswagen, Fiat, Ford e General Motors - adaptavam seus motores para receber o etanol. Daí, surgiriam duas versões no mercado: motor a álcool e a gasolina. Veja bem, DUAS versões de motores, versões diferentes porque álcool e gasolina são quimicamente diferentes e, como tal, NÃO PODEM queimar plenamente e, em consequência, fornecer plenamente seu potencial energético no mesmo motor. A engenharia mecânica, considerando que o álcool tem maior poder calórico e que o equilíbrio estequiométrico da gasolina é diferente do álcool, resolveu a adaptação ao álcool aumentando a taxa de compressão, desenvolvendo uma vela de ignição melhor, substituindo o óleo lubrificando por outro de melhor performance, mudando os materiais empregados na confecção de mangueiras, protegendo todas as partes que entram em contato com o novo combustível de forma que este não causasse corrosão. Algumas dessas adaptações podem ser consideradas perfunctórias e não alteram a queima da gasolina, outras melhoram o desempenho, mas a mais importante e irretorquível foi o aumento da taxa de compressão do motor. O etanol exige um taxa maior, sem a qual sua queima é imperfeita e fornece menos potência. Em contrapartida, a gasolina exige uma taxa menor, sem a qual sua queima é imperfeita e fornece menos potência. Um motor bicombustível é, no mínimo, uma máquina desequilibrada que fornece menos potência por litro de combustível queimado e, na pior das projeções, uma trapizonga construída para atender motivos econômicos-políticos inconfessáveis com disfarce de “bom mocismo” preocupado com o meio ambiente. Para lembrar, esses carros não poluem menos que os demais.

Então, caros proprietários de carros chamados flex, coloquem suas barbas de molho, como a história prova que não existe almoço grátis, é possível que os senhores estejam dirigindo carroças que terão a vida útil do motor diminuída em função desse milagre na forma de máquina que queima dois combustíveis tão diferentes e inconciliáveis. Devo esclarecer que faço essa advertência porque minha formação e prática de quarenta anos em mecânica me permitem dizer que ninguém conseguiu explicar essa maravilha de motor, essa entidade extraordinária que tem o dom da dualidade, que consegue extrair potência de dois comburentes discordantes. Para consolo dos usuários, existe o benefício do uso de um dos combustíveis sempre que o preço do outro não compensar, sempre que a relação de um para outro favoreça um dos dois, mas a problemática mecânica talvez não compense essa vantagem. Para não deixar dúvidas, devo dizer que meu carro é a gasolina, não sou contra carros a álcool e motores movidos a gás são tão bons quanto aos movidos a gasolina, afinal ambos são hidrocarbonetos, mas jamais compraria um carro flex. JAIR, Floripa, 21/02/11

terça-feira, 22 de março de 2011

Aceroleira, Uma Fábrica de Vitamina C


Post publicado em 24 de maio de 2009, na Via Verde do blog Multivias - A Natureza em Fotos e Variedades.
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Imaginem uma frutífera de porte médio, com mais ou menos três metros de altura, toda verdinha. Como surgindo do nada começam a aparecer pequenos botões rosa que se abrem em flores.


Flores lilases, com o centro amarelo. Em alguns dias você tem uma pequena árvore toda colorida.



Estou falando de uma 'fábrica' de vitamina C chamada aceroleira.


Logo as flores se transformam em mini frutos verdes. Aí você tem de um verde claro - dos frutos, até um verde médio escuro - das folhas, ou seja, ton sur ton, todo pontilhado de rosa, lilás e amarelo.

Os frutinhos crescem, passando do verde ao rosa e depois se pintam de vermelho. Quando maduros ficam com um chamativo vermelho vivo, dançando ao vento e se mostrando. E você, sorridente, começa a colhê-los e a saboreá-los. Que delícia.



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Acerola, aceroleira. É também chamada de cereja das Antilhas. Nativa da América Central, América do Sul e das ilhas do Caribe. Além de um grande teor em vitamina C - com apenas duas acerolas supre-se a necessidade diária dessa vitamina - possui também vitamina A, B1, B2, B3, fósforo e ferro.*
...
Então, vamos plantar e colher vitamina C?


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Fotos feitas durante o florir e o frutificar de minha aceroleira.
*Fonte sobre as vitaminas encontradas na acerola: http://www.brasilescola.com/
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quinta-feira, 17 de março de 2011

Sobre escolas



Texto publicado no blog: www.jairclopes.blogspot.com em janeiro de 2011.

Assim que a humanidade chegou ao estágio de aglomerações sociais, sejam cidades ou aldeias expandidas, as necessidades de serviços impuseram a aparição de artesãos, escribas e prestadores de serviços, sem os quais as demandas das pessoas deixariam de ser atendidas. É racional supor que os primeiros sapateiros, roupeiros, chapeleiros, barbeiros, peleteiros e inúmeros outros artífices tenham desenvolvido suas habilidades a partir de experimentos e observações próprias. Contudo, na medida em que as necessidades materiais e intelectuais das pessoas se tornavam maiores, mais refinadas e complexas, os mais habilidosos artesãos se viam na contingência de não conseguir atender a todos, tornava-se necessário formar novos trabalhadores para satisfazer tantos consumidores. Há registro que até Leonardo da Vinci instituiu uma “escola” na qual ensinava seus discípulos nas artes e ciências que era mestre inconteste e auto didata. Mestre, esta é palavra chave. Quando um artesão, por sua habilidade e experiência, adquiria excelência no que fazia, costumava ser classificado como mestre. Era privilégio que poucos pretendentes conseguiam: Serem admitidos na oficina ou atelier de um mestre.

Escolas não surgiram ad hoc, por capricho de alguns governantes generosos ou por diletantismo de mestres entediados, escolas foram respostas às necessidades imperiosas das sociedades. A própria escrita, que fora privilégio de castas sacerdotais ou de escribas das cortes durantes séculos, passou a ser ensinada em escolas. Não se pode afirmar que escolas tenham se tornado populares tão logo passaram a existir, admite-se que foram privilégios de poucos, geralmente nobres, os quais se viam sob a tutela de mestres que os introduziam nas artes e ciências milenares. Contudo, há evidências que no Egito antigo, na Suméria, na Mesopotâmia e até entre Astecas e Incas, tenha havido locais destinados a ministrar aos jovens matérias de interesse que os tornassem conhecedores capazes, úteis à sociedade.

Não é estultice afirmar que civilização e escolas têm relações tão estreitas que é inconcebível existir uma sem a contrapartida da outra. Aliás, no mundo moderno, a qualidade do ensino e a quantidade de escolas estão relacionadas diretamente ao nível de desenvolvimento das sociedades e à qualidade de vida das populações. A humanidade só pode se afirmar civilizada com o advento de escolas. Impensável admitir algo diferente dessa ligação poderosa e formadora do que veio a ser o diferencial do homem com relação a seus parentes primatas: Um cérebro inteligente organizado. A inteligência por si só, não organizada, é apenas um potencial a ser explorado. A inteligência necessita orientar-se com método e organizar-se segundo conhecimentos já consagrados para conduzir seu dono a descobertas e lucubrações utilizáveis. As escolas, numa concepção ideal, não devem apenas ensinar, apenas colocar na cabeça dos jovens conhecimentos estáticos, deve propor aos aprendizes modos de pensar sobre as coisas, deve estimular o pensamento criativo e abstrato.

No mundo atual escolas estão disseminadas em todas as culturas e todas as nações, mesmo nos países mais pobres escolas são entendidas como fatores essenciais para manter o tecido social sadio, não há substituto que mantenha a coesão social de um povo. As trevas do desconhecimento são o que há de mais pernicioso numa sociedade, escolas são como faróis que iluminam o caminho a seguir rumo à segurança de um futuro onde as pessoas possam explorar o potencial de suas habilidades e de seus cérebros organizados. Déspotas, ditadores e mandatários autocráticos, se não forem muito obtusos, percebem que escolas tendem a permitir que seus súditos pensem, e, pensando, pode ser que eles não concordem com a opressão. Por isso, o mais das vezes, esses mandantes ilegítimos e prepotentes limitam o acesso do povo às escolas. Povo ignorante é povo controlável.

Um exemplo clássico do poder extraordinário do ensino numa sociedade se deu depois da segunda guerra, quando Alemanha e Japão emergiram quase que reduzidos à idade medieval, seus parques industriais e infra estruturas estavam totalmente destruídos. Na Alemanha o pouco que havia restado de suas indústrias fora desmontado e levado pelos russos, a título de “reparações” de guerra; no Japão os bombardeios convencionais americanos e as bombas atômicas haviam reduzido a zero suas instalações, de modo que não havia por onde começar a produção tão necessária à recuperação econômica. Contudo, tanto no Oriente como na Europa central, existiam em abundância escolas e professores, e na população que sobrevivera à guerra havia milhares de técnicos e formados em universidades capazes de alavancar o progresso, como se viu no surto de desenvolvimento que se seguiu à derrota. As escolas haviam feito a diferença. O Plano Marshall e o Plano de Recuperação Econômica instituídos pelos americanos, apenas ofereceram capital onde existiam cérebros prontos a trabalhar, o resultado foi o maior boom econômico da história e duas potências industriais que se impõe até hoje.

Ouso dizer que no Brasil nunca houve preocupação séria com o futuro, nunca se investiu pesado na construção de escolas, formação de professores e numa política educacional que valorizasse a carreira de mestres desde o ensino básico até o universitário. Construir estradas (ruins) e apostar na indústria automobilística constituiu objetivo prioritário de nossos governantes desde que o país entrou na era industrial tardia, escolas e professores não entraram seriamente na lista de temas políticos das campanhas desde o advento da República.

Com surgimento da internet e a disseminação da informática por todos os setores da sociedade, muitos administradores, políticos e educadores estão certos que a escola passou a ter uma importância secundária na educação de nossos jovens. É quase implícito admitir que os meios eletrônicos que adentram os lares substituem com vantagem as escolas. A estupidez desse raciocínio é tão piramidal que não merece nem ser comentada. JAIR, Matinhos, 31/12/11.

domingo, 6 de março de 2011

Gentileza


Ilustração obtida na internet.
Texto publicado no blog: www.jairclopes.blogspot.com em 08/01/11.

O Homo sapiens não optou por viver em comunidades, em aglomerar-se em aldeias e cidades por mero diletantismo, a necessidade o compulsou. O homem é um ser social porque isolado ele não sobreviveria, os grupos representam segurança, a força da união de muitos seres é maior que a soma de cada força individual. Então, a despeito das diferenças desagregadoras que geram atritos, às vezes fatais, a convivência traz tantas vantagens que é inimaginável pensar no homem isolado de seus semelhantes.

Contudo, a opção – se é que não foi uma imposição natural – pela vida em grupo teve que ser adaptada às idiossincrasias dos seres que compõe esses agrupamentos. As primeiras organizações sentiram que regras deviam pautar as relações individuais sem comprometer a coesão grupal: nasceram as leis, estatutos e regulamentos, porquanto anarquia não era uma opção. Ao lado da regulamentação legal admitida por consenso, ou imposta por mandantes, outras regras não escritas foram surgindo espontaneamente. Muito obrigado, com licença, por favor, bom dia, como vai? e outras expressões são manifestações verbais do comportamento humano que atendem pelo nome genérico de gentileza. A gentileza é o conjunto de atitudes convencionais essencial para a sobrevivência da espécie nas suas relações, na medida em que “lubrifica” as peças da máquina social evitando ou diminuindo o atrito que pode emperrar o mecanismo. E tem mais, o profeta paulista que vivia nas ruas do Rio, José Datrino, (1917-1996) enxergou mais longe e vaticinou: Gentileza gera gentileza. Assim, um mero bom dia pode prenunciar uma jornada diária de boas relações entre indivíduos que devem conviver, ou que estão, de alguma forma, confinados num espaço que os torne próximos ou ao alcance da visão uns dos outros.

Tendo observado a sociedade americana nas viagens que fiz aos EUA, ouso afirmar que o cidadão americano é muito mais gentil que o brasileiro, em que pese a afirmação de certos sociólogos que o brasileiro é um povo gentil. Thank You é uma expressão muito mais ouvida lá do que muito obrigado aqui. Não sei dizer se existe qualquer estudo mostrando que onde impera a gentileza as pessoas são menos estressadas e mais produtivas, mas estou fortemente inclinado a admitir que possa ser uma explicação porque há países em que as relações entre indivíduos se traduzem em progresso e bem estar da maioria da população. Os países escandinavos, conhecidos pelo seu regime de leis que instituem o capitalismo social e pelo nível de satisfação de seus cidadãos, estão entre os países cuja população é a mais gentil do Planeta. É uma questão para ser pensado por nós, cidadãos desse país tropical bonito por natureza.

Que o trânsito citadino de nossas urbes é um caos todos sabemos, entretanto, o ícone mais gritante de nossa falta de gentileza está na ausência de uso da seta por parte dos motoristas. Pode parecer meio esquisito, mas é justamente a falta de indicação da direção que o motorista vai tomar que mostra nosso desprezo pelas regras de trânsito e nossa falta de respeito pelo pedestre quando dirigimos. O uso da seta, antes de obedecer regra escrita de bem dirigir, é um ato de gentileza para com outros motoristas e, sobretudo para o pedestre. Lembrando que todos somos pedestres antes de sermos motoristas, a gentileza de avisarmos nossa intenção no volante é uma cordialidade que deveríamos observar como regra pétrea. A mente do motorista brasileiro funciona mais ou menos assim: ninguém está olhando, então não há regras, dirijo como quero. A par dessa atitude obscurantista e não explicável do motorista que não liga para as demais pessoas, sejam pedestres ou outros motoristas, existe uma curiosidade digna de ser registrada: o motorista sempre avisa o ocupante de outro carro se este estiver com a porta semi aberta ou não travada. É uma regra não escrita observada pela totalidade dos motoristas, aliás, pode ser que o motorista avisado seja o mesmo que sofreu uma fechada momentos antes, ou fechou o avisante pouco tempo atrás. Parece que, “sua porta está aberta” redime o chofer de todos os pecados que tenha cometido no trânsito até então.

Pois é, num mundo ideal, o comportamento das pessoas assumiria a gentileza como atitude basilar no relacionamento com seus semelhantes. Em decorrência, no trânsito ou no dia-a-dia, com toda certeza, teríamos muito menos atritos e acidentes. A irritação e o estresse diário que muitos de nós carregamos como um peso morto que oprime e baixa nossa qualidade de vida, seriam coisas do passado e o mundo passaria a ser um lugar mais agradável de se viver. Gentileza gera gentileza é um bom mote para pautarmos nossas atitudes diárias de convívio com nossos iguais. JAIR, Matinhos, 01/01/11

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sos Rios do Brasil

Jarmuth de Oliveira Andrade, Professor, Físico e Ambientalista mereceu homenagem  no GUIACAMPOS.COM e também no SOS NASCENTES DO RIO PIRACANJUBA pelo seu lindo trabalho em prol de nossas águas. Vale a pena visitar seu blog SOS RIOS DO BRASIL que fez aniversário em 28 de fevereiro.

Tem como vocação cuidar do meio ambiente, em especial de nossos rios, praias e oceanos. É um mestre que vive educando com seu exemplo!


As imagens foram copiadas do blog SOS RIOS DO BRASIL
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