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sábado, 29 de novembro de 2014

Racismo é burrice




Sem dúvida, a discriminação entre os assim chamados brancos e os assim chamados negros tem gerado uma das mais sérias ameaças à paz duradoura no nosso planetinha azul. À parte os argumentos imbecis e vazios sobre a suposta disparidade intelectual entre brancos e negros, ou entre brancos e “latinos”, (aliás, o que será um latino?) a divisão da humanidade nessas rígidas categorias é, em si mesma, totalmente estúpida. Na realidade biológica não há pessoas verdadeiramente negras ou verdadeiramente brancas. Sem dúvida, o grau de pigmentação da pele difere nas populações das diferentes partes do mundo. A função da pigmentação, como proteção dos raios ultravioleta do sol, exige que assim seja: à medida que se caminha para o equador, aumenta a concentração de raios ultravioleta, exigindo maior proteção. Portando, é de se esperar que as populações estabelecidas há longo tempo perto do equador sejam mais pigmentadas do que aquelas que vivem longe dele. Isso, entretanto, produz diferentes tonalidades de marrom, não apenas de preto e branco. Há virtualmente milhares de tonalidades entre o preto e branco, então é rematada estultice estabelecer fronteiras entre as duas cores.
O fato de uma pele ser muito pigmentada, num ambiente na qual ela é exposta a um alto grau de radiação ultravioleta, é sinal de harmonia biológica com o ambiente, e não pode, em nenhum sentido, servir de base racional crítica a capacidade social ou intelectual das pessoas. Quando as primeiras populações mudaram-se para o norte, para climas mais frios, reduziu-se a necessidade de pigmentação das peles e estas tornaram-se pouco a pouco mais claras. Deduz-se: todos somos descendentes de indivíduos de pele escura. À medida que as populações migrantes se mudaram mais para o sul, através da América do Norte, adentrando a América do Sul, reapareceu, mais uma vez, a necessidade de proteção, e, mais uma vez, a pigmentação aumentou. Deduz-se: todos, descendentes de nativos americanos, somos descendentes de indivíduos de pele branca. O fato de que em geral as peles dos americanos equatoriais não são tão escuras quando a dos africanos equatoriais é, com muita probabilidade, consequência do tempo bastante curto que houve para a pigmentação evoluir nesta parte do Planeta. Portanto, os graus de pigmentação da pele das diferentes populações do mundo refletem a adaptação a seus diferentes ambientes físicos, e apenas isso, racistas de plantão! A mobilidade social deste e do século passado tem, sem dúvida, encurtado o caminho para essas adaptações e causado problemas tantos para os cientistas sinceros que desejam mostrar a idiotice do racismo, como para os racistas que passaram a ter maiores dificuldades em rotular as pessoas por suas origens.
Quando pessoas de pele clara viajam por países de clima quente, a radiação solar cobra sem demora seus dividendos à pele destituída de melanina, a despeito dos filtros solares de graus elevados. Os turistas europeus que visitam nosso país no verão corroboram esse fato. E quando as pessoas muito pigmentadas vivem em climas de pouco sol como a Suécia, por exemplo, têm que adicionar mais vitamina “D” às suas dietas, porque esta vitamina é produzida com menos eficiência na sua pele naturalmente protegida.
A tendência de classificar certas populações como negras, enquanto se abriga os demais num exclusivo “clube” de brancos, é, portanto, duvidosa, discricionária e rematada necedade. E é mais do que uma questão de mero formalismo fazer objeção a esses termos, porque a separação dos grupos é explorada para permitir a existência de abismos sociais e econômicos, com os “brancos” do lado certo e os “negros” do lado errado, embora não exista base para essa divisão. Com o rótulo de “negro” na mão é muito fácil a pessoa “branca” aplicá-lo a qualquer grupo “apropriado” de indivíduos, atribuindo um conjunto de características arbitrariamente globais (promíscuos como VOCÊ! diria algum deputado racista da África do Sul, por exemplo), enquanto ela mesma se refugia atrás da conveniência de seu próprio rótulo. Tal prática não é mais que uma técnica eficaz (e burra) de ignorar as realidades do mundo, e substituí-las por preconceitos inflexíveis. Ao contrário do que pregam os racistas, não há características globais, nem de “brancos”, nem de “negros”, pela simples razão de que esses grupos, como tais, não existem, são meras criações de mentes estultas. Há, contudo, apenas a característica global de se pertencer à espécie humana, com talvez cinco milhões de anos de evolução do Homo por trás de cada um de nós.
O uso dos termos “brancos” e “negros” precisa ser deixado de lado como um primeiro passo para nos libertarmos do conceito divisório que há por trás disso. O atual status econômico e social das populações do mundo, que mostra uma minoria de pessoas de pele clara abocanhando a maior parte dos recursos do Planeta, é resultado do desenvolvimento histórico, ao qual faltou o mais das vezes qualquer vestígio de dignidade humana e de justiça. Com a palavra os “descobridores”, missionários religiosos e colonizadores europeus e suas conquistas de terras na Ásia, África e Novo Mundo. O imperialismo político e econômico do passado não pode ser usado para defender sua permanência no presente. Por certo, esse domínio da chamada raça branca não tem qualquer fundamento científico e social. Se essa divisão continuar ela ferirá mortalmente o coração da humanidade e, por fim, a destruirá. A escolha se impõe pela simplicidade: ou a verdadeira fraternidade universal dos Homoé reconhecida, seja qual for o grau de pigmentação da pele, ou o futuro será a desagregação com grande risco de extinção. JAIR, Floripa, 24/04/11.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Gatos e marinheiros


Todos sabemos que a evolução dos seres vivos deste Planeta se faz através de adaptações ao meio, de forma que o mais apto tem maior possibilidade de sobrevivência e de deixar descendentes. A lógica da evolução é muito simples. Em todos os seres vivos existem variações, assim como cores, tamanhos, aptidões e capacidades diversas, as quais são passadas de geração em geração. Nascem mais indivíduos do que são capazes de viver e procriar, o que equivale dizer que se o indivíduo morre cedo em geral não deixa descendentes. Em consequência, desenvolve-se uma batalha por permanecer vivo e encontrar um(a) parceiro(a). Nessa luta aqueles que possuem certas variantes (os mais aptos, no dizer de Darwin) prevalecem sobre os que não as têm. Tais diferenças passam para seus herdeiros pela capacidade de transmitir genes – seleção natural – significa que formas favoráveis tornam-se mais comuns com o passar das gerações.
Ocorre que a “disputa” pela sobrevivência opõe carnívoros e herbívoros, por excelência, de forma que uns e outros – gazelas e leões, por exemplo – disputam uma “corrida” evolutiva na qual vence o mais rápido, o mais ágil, o mais esperto. Também, nessa luta, os meios de propagação das espécies estão ligados a mecanismos que tornam isso possível. Assim, as plantas floríferas utilizam veículos que transportam seus pólens para fertilizar “parceiros” que transmitirão seus genes para a geração seguinte. Cada planta desenvolveu “parceria” com o vento, insetos e outros animais para se perpetuar.
O trevo vermelho é um caso que resulta numa boa estória. Até Darwin observou que o trevo vermelho é polinizado tão somente pela mamangaba, uma espécie de abelha grande, aliás, em alguns lugares chamada de abelhão. Este é único inseto que pelo seu porte é capaz de se introduzir no âmago da flor para retirar o néctar que lhe garante a sobrevivência e, desse modo, “sujar-se” do pólen que vai engravidar outra planta da mesma espécie. É tão completamente biunívoca essa relação trevo/mamangaba que um deixará de existir se o outro desaparecer, segundo entomologistas e botânicos.
Exemplo gritante dessa relação encontra-se na Nova Zelândia. Para lá foram transplantados trevos vermelhos que são alimentação excelente para o gado vacum. Como essa planta não é natural de lá, foi necessário importar os abelhões para tornar possível a perpetuação dos trevos naquelas bandas. Não havendo predadores das mamangabas na Nova Zelândia, os insetos se multiplicaram com facilidade de forma que os trevos tornaram-se abundantes e viçosos com nítida vantagem para a criação de gado. A carne de gado vacum é abundante, barata e de boa qualidade, de forma que concorre com facilidade com a carne produzida na Europa. A Nova Zelândia agora exporta carne para a Inglaterra, país que lhe forneceu o trevo e os abelhões.
Mas a estória é a seguinte. Na Inglaterra, notou-se, os ninhos dos abelhões naturais dos campos são mais abundantes nas proximidades das aldeias e pequenas cidades. E que essas mesmas aglomerações humanas têm muitos gatos domésticos. Como o predador natural dos abelhões é o rato, onde há gatos a população de ratos diminui e a das mamangabas aumenta, de modo que o trevo vermelho se beneficia da polinização que esse aumento propicia. Mais trevo disponível, gado mais gordo, sadio e abundante. E a estória continua. O trevo abundante graças aos gatos resulta em produção alentada de carne que é alimentação principal dos marinheiros. Há, portanto, a inferência que gatos fizeram da Inglaterra vitoriana a grande potência marítima que determinou o formato do mundo hoje. Em seguida, Thomas Huxley sugere que as solteironas britânicas com sua mania de adotar gatos, são responsáveis pelo poderio da marinha da Inglaterra.  
Para fechar o círculo, o francês Fischesser é de opinião que o poderio marítimo inglês ao privar de maridos as mulheres, estas se voltam para criação de gatos que, em última análise, são responsáveis por esse mesmo poderio marítimo. A sábia natureza com um empurrãozinho do não tão sábio Homo sapiens, pratica uma circunvolução evolucionista que dá um nó até na história moderna. JAIR, Floripa, 15/04/2013. 

domingo, 2 de novembro de 2014

Sobre a vida


Refletindo sobre o que a vida realmente é: uma dádiva da natureza. Para aqueles que acreditam num Ser que a tudo antecede, e que criou a própria natureza, ela é uma dádiva desse Ente. Mas uma dádiva da qual dispomos por apenas algum tempo, sobre a duração da qual não temos a menor ciência e nos é dado apenas o prazer de usufruí-la. Algumas pessoas podem aproveitá-la por mais tempo do que outras, mas todos teremos que deixá-la um dia. Não há exceção e a vida é uma só, não se justifica desperdiçá-la. Alguns, como eu, não enxergam a vida como exercício para um devir, uma passagem para o além, mas como um fim em si mesmo. Todos nossos recursos mentais e organizacionais devem ser voltados para o bem estar e a saúde da vida terrena. Neste caso, egotismo deixa de ser condenável, passa a ser uma virtude. Uma existência hígida, honesta e ativa deve ser o escopo de todas nossas ações. Portanto, num período tão curto seria no mínimo trágico deixar que nossas mentes sejam tomadas pelo veneno das amarguras e da ira. Tais armadilhas desviam nossa energia da finalidade última que é aproveitar melhor nossas vidas e torná-la construtiva, não só para nosso deleite, mas contribuindo para tornar a passagem dos outros pelo Planeta, algo agradável também. A vida se justifica plenamente se vivermos com a mente aberta e atentarmos para o direito que todos têm de viver a seu modo. Não nos é dado o poder de sermos donos da verdade, mas, sim, apenas a faculdade de sermos felizes, e isto é o suficiente. Quando nos formos, o valor de nossas vidas individuais será calculado pelo bem que tenhamos feito aos demais seres enquanto partilhamos este Planetinha azul, e não pelos bens materiais que tenhamos acumulado. JAIR, Floripa, 16/10/11.
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