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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Que aves aparecem em sua cidade?


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Sim, que pássaros - e demais aves, aparecem em sua região, em sua cidade? Observe as aves, amigo/amiga. Em seu quintal, em sua chácara ou fazenda, nas praças de sua pequena cidade, nos grandes centros urbanos. Vamos tentar identificá-las através das regiões do Brasil? Veja, fotografe, filme.Use seus olhos, sua câmera, seu celular. Envie seus comentários, ou fotos feitas por você mesmo. Vamos amar conhecer os pequenos alados do norte, do sul, do nordeste ou de qualquer outra região brasileira.

Esta semana tirei alguns minutos de dois dias para observar as aves de meu quintal. Sempre faço isso em todo lugar por onde passo. O resultado? Mais de duzentas fotos. Veja algumas. 


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As fotos estão enumeradas para que você possa melhor identificar cada ave e enviar seus comentários, ok? Estamos lhe aguardando para darmos continuidade a esta brincadeira séria.

Um ótimo fim de semana! 

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Minhoca


Ilustração retirada da internet.

Texto publicado em junho de 2009 no blog: www.jairclopes.blogspot.com
Um dos mais importantes e incompreendidos animais da natureza é a minhoca. As coitadas, o mais das vezes, são lembradas só pelo potencial que representam na hora de pescar uns lambaris. Contudo, elas são particularmente sensíveis ao frio, ao excesso de umidade e a ambientes muito ácidos ou muito alcalinos, não são animais resistentes, mas são extremamente úteis. Portanto, pode guardar a vara de pescar, porque esse bicho é muito mais do que um simples ajudante na captura de peixes.
A minhoca é um anelídeo, isto é, seu corpo é formado por segmentos em forma de anéis, que variam de número entre sete para as minhocas menores de quatro centímetros, e quinhentos para as minhocoçus que podem chegar a dois metros de comprimento. Mas, a maior minhoca encontrada até o presente é a gigante australiana que chega a três metros e meio, e está em processo de extinção. A minhoca não possui sistema auditivo nem visual, mas tem um sistema digestivo completo, numa extremidade fica a boca sem dentes ou mandíbulas e na extremidade inversa da cabeça está o orifício anal por onde excretam o húmus. Ela respira pela pele. Se você cortá-la em dois pedaços ela se transforma em duas, cada parte cria a extremidade faltante e se transforma em outro ser vivo, resultando que uma minhoca cortada é igual a duas minhocas. A esse processo se dá o nome de regeneração.
Ao longo da evolução a minhoca tornou-se, na vida real, o bicho que traduz aquilo que os escritores de ficção científica criaram na imaginação, um animal que se reproduz a partir de restos do ser original. Elas são hermafroditas, pois cada uma possui testículos e ovários. Porém, uma minhoca não é capaz de se reproduzir sozinha, necessitando sempre de outra para a troca de espermatozóides. Na cópula, se unem pelo clitelo (órgão reprodutor) e se separam depois da troca de espermatozóides. Cada verme produz um casulo cheio de ovos depositando-o no solo. A urina é excretada pelos poros próximos aos anéis e o muco viscoso que sai pela pele, além de impermeabilizar as paredes das galerias, tem propriedades imunizadoras. Embora se desloquem para frente e para trás, elas não têm sentido de direção e a lógica de seu deslocamento se deve à capacidade de captar vibrações do meio ambiente onde se encontram. Passando o dedo na sua região ventral, de trás para frente, sentimos que a pele do animal é áspera, devido à presença de fileiras de microscópicas cerdas de quitina. As minhocas fixam as pontas das cerdas no solo, facilitando o seu arrastamento, quando contrai a forte musculatura da parede do corpo.
Em geral se pensa que o alimento da minhoca é somente terra. É verdade, grande parte das espécies de minhocas vive em solos mais profundos constituídos essencialmente por terra, que elas engolem para se alimentar. Outras, entretanto, habitam as camadas superiores do solo, abundantemente ricas de restos orgânicos e escassos de partículas minerais. As minhocas de ambos os grupos, alimentando-se de terra ou não, ingerem o substrato em que habitam para se sustentarem de nutrientes que constituem a matéria-orgânica, são capazes de ingerir seu peso em alimentos diariamente. Podem ser consideradas onívoras por se alimentarem de restos vegetais e animais em diferentes graus de decomposição, depostos em diversas profundidades do solo. O exame do conteúdo da parte do tubo digestivo que antecede à moela permite discriminar as duas categorias. Se houver restos orgânicos com estrutura celular reconhecível, a espécie é uma minhoca detritívora (que se alimenta de detritos animais e vegetais). Por outro lado, se contiver restos orgânicos amorfos, sem estrutura celular reconhecível, misturados a partículas minerais, trata-se de uma minhoca geófaga (que come terra).
Mas, independente dessas características, digamos, exóticas, o vermezinho é um ser fascinante pelo modo de vida simplesmente. Todo mundo conhece as minhocas e a maioria, talvez, já pescou usando-as como isca, mas a minhoca contribui de várias maneiras para melhorar as propriedades do solo. Para começar, os buracos que ela faz na terra ajudam a arejá-la e permitem que a água circule melhor por ali. Além disso, suas fezes são cheias de nutrientes que enriquecem o solo. Tudo isso é bom para as plantas, que retiram da terra a água e os nutrientes que precisam para crescer. Algumas minhocas adoram metais pesados sob minas abandonadas na Grã-Bretanha e devoram chumbo, zinco, arsênico e cobre. Estas minhocas excretam compostos levemente diferentes destes metais, fazendo com que as plantas que necessitam deles para seu metabolismo, possam absorvê-los mais facilmente. Cultivando e colhendo estas plantas, pode-se deixar este solo mais limpo.
Não obstante essas qualidades, as minhocas são uma importante fonte de proteínas, pássaros, peixes e pequenos mamíferos que o digam. Vejamos, portanto: Neste mundo preocupado com qualidade de vida; voltado para consumo preferencial de alimentos orgânicos; inquieto com a deterioração do solo e da água pelo uso excessivo de pesticidas; consciente que, se não fizer alguma coisa para conservar a qualidade da terra agriculturável, poderá desaparecer da face do planeta por falta de alimentos; certo que o maior risco à estabilidade global é o potencial da crise gerada pela escassez alimentar, a minhoca parece fazer parte da solução. Para isso, minhocários em todo o mundo estão produzindo milhões desses vermezinhos com a finalidade de melhorar a qualidade de nossa agricultura e, quem sabe, perpetuar a vida do homo sapiens no planeta. Viva a MINHOCA! JAIR, Canoas, 07/06/09.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Extrato do Bioma da Caatinga

A vida luta e resiste em qualquer lugar, toda espécie tem a própria capacidade adaptativa, até mesmo em íngremes rochedos, a vida se faz presente. Por menor que seja o ciclo, o objetivo é sempre o mesmo, a reprodução, manutenção da espécie.
Ao Fundo a Pedra de Itaberaba, um tipo de "Inselbergue" (do alemão Insel= Ilha e Berg= Montanha) são elevações isoladas sobre uma planura, muito comuns nas regiões semi-áridas do mundo.
Capim oportunista (ou parceiro?), pegando uma carona no substrato orgânico.

Uma enorme variedade de plantas sobrevivem nestes rochedos, chamadas de terófitas (plantas que tem ciclo curto de vida), na época desfavorável morrem, deixando sementes para um novo ciclo no próximo período favorável, em geral de acordo com as estações do ano. Exemplo desta condição, é o Cabeça-de-Frade, uma espécie de Melocactus. As sementes germinam sobre pequenas quantidades de restos orgânicos, até mesmo da própria planta.
 Fim de ciclo, semeação

Embora um primeiro olhar nesta imagem cause algum espanto, ao chegar no local, qualquer pessoa se impressiona com a quantidade de animais, insetos, pássaros e plantas que sobrevivem nestas rochas.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Nosso Colorau, o Urucum

Colheita 'caseira' de urucum
Cachos colhidos de urucum

Cacho, folhas e sementes de urucum
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As sementes ficam dentro dessas 'conchas'
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Colheita de urucum
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Flor de urucum






Urucum, urucu, açafroa, colorau são os nomes populares¹ de Bixa orellana L (nome científico), da família botânica Bixáceas. É uma planta originária da América do Sul, encontrada em quase todo Brasil, principalmente na região amazônica.

Ao contrário de outros 'coloraus' importados, nosso 'colorau brasileiro' é atóxico. O açafrão, por exemplo, tem que ser usado em pequenas pitadas, pois é tóxico, causando euforia e estado de inconsciência. O urucum é muito utilizado na culinária e na cosmética, sendo também medicinal. Nos anos 70 foi largamente usado em forma de óleo por quase toda candidata a pegar uma corzinha, aquele 'bronzeado'. Nossos sábios índios sempre o usaram para pintar a pele. Aliás, seu nome vem do tupi uru-ku, que significa "vermelho". Seus corantes são chamados de orelina (o amarelo) e de bixina (o vermelho). Este, o bixina, de acordo com pesquisas recentes, reduz o Câncer.²

No livro Plantas Medicinais,³ podemos ler: "Urucu, colorau - O pó da semente é um bom condimento para dar cor ao arroz. Chá das sementes tem bom efeito nos males do coração, prisão de ventre, hemorragias, afecções do estômago, como expectorante e males do peito. É contra veneno da mandioca brava, antídoto do ácido cianídrico. Os índios o usavam para se pintar e, com isso, se defender contra picadas dos mosquitos".4

Acorda Brasil. Há muito "usorientau", "useuropeu" e "osdossisteites" estão "zoiando" e "levando ele". Se o governo não tomar logo algumas providências, entre elas um investimento maior em pesquisas, nosso colorau brasileiro, o urucum, voltará desse passeio pelo mundo com os olhinhos puxados, falando francês e inglês. Em forma de medicamento e cosmético. Ou até mesmo de condimento. E vamos ter que pagar a nota da cara, quer dizer, a nota que segue "aquela" que se diz "verde".

Quer um arroz ainda mais brasileiro? Colorau nele - o urucum, claro! - salpicado com salsinha.

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¹Alguns outros nomes encontrados: Açafroa, açafroeira-da-terra, uru-uva, urucuuba... e por aí vai. Encontamos até os nomes correspondentes em algumas línguas: Em espanhol, onoto; em francês, noyer d'Amerique; em inglês, annato e em alemão, orleanstrauch.
² De acordo com o pesquisador Camilo Flamarion de Oliveira Franco, da Embrapa, e autor do livro Urucum - Sistemas de Produção para o Brasil. Veja mais no site: http://www.epamig.br/ (PESQUISADOR MOSTRA PORQUÊ O URUCUM É EXCELENTE PARA A SAÚDE E PARA O AGRONEGÓCIO)
³KÖRBES, Vunibaldo Cirilo (Irmão Cirilo). Plantas Medicinais - 9 420 Receitas Medicinais. Korbes, ASSESOAR, 1995, 46ª edição, 188 p.
4Página 168.

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Nota:
Há mais de dez anos ganhamos uma mudinha de urucum, hoje um arbusto de mais de cinco metros. Em outubro se enfeita todo de flores rosáceas, transformadas depois em cachos de frutos espinhosos. Esses "espinhos" são flexíveis, não machucam. Abrindo-se os frutos encontramos suas famosas sementes. Há dois anos acompanhei o florescer e o frutificar de meu urucuzeiro, fazendo algumas fotos. Pensei postá-las sem comentários, apenas pelo exótico da beleza, em nosso blog Multivias. Resolvi, depois, acompanhá-las com alguns despretenciosos comentários, dividindo a série Urucum em três partes:
1- Flores do Urucum - editada dia 20-10-08.
2- Nosso Colorau, o Urucum - editada dia 27-10-08.
3- Moqueca de Banana com Urucum - editada 31-10-08. Demos também o modo de se usar as sementes 'in natura' como condimento e a receita do pó, o famoso colorau.

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

O cachorro vira-latas


Kafu, cão que me acompanhou por vários anos.


Texto publicado no blog: www.jairclopes.blogspot.com em abril de 2009.
Ao cão, quando abandonado pelo dono ou apenas sem moradia, costumamos chamá-lo de vira-latas. Mas o que é, realmente, um vira-latas? Na verdade e antes de tudo é um sobrevivente, é o animal que a despeito da fome, do frio, do calor, da chuva, da falta de vacinas e dos cuidados mais elementares, sobrevive, multiplica-se e se perpetua saudável se for deixado a vontade. É o animal que os veterinários costumam classificar como SRD – Sem Raça Definida – mas que tem os melhores requisitos genéticos para sobrevivência sob quaisquer condições, é o cão primordial.
Desde que o homem, provavelmente há mais de dez mil anos, domesticou o lobo asiático, procurou desenvolver nos descendentes obtidos a partir das matrizes lupinas, características ou qualidades tais que cumprissem certos requisitos como tamanho, agilidade, força, beleza, inteligência ou resistência, os quais se destinavam a auxiliar o homo sapiens na sua difícil tarefa de sobreviver. Essa manipulação do cão original, o qual, pelas características, poderíamos chamar de vira-latas, originou as centenas de raças que conhecemos.
Naturalmente em épocas e locais distintos, plantas as mais diversas e outros animais como o boi, o cavalo, o asno, a galinha, o porco e o peru também foram domesticados e utilizados como alimento, como fonte de matéria prima para vestimentas ou confecção de abrigos ou, ainda, como “ferramenta” nas mais diversas atividades relacionadas com a sobrevivência, construção da civilização ou com a guerra. Mas, afinal, o que é domesticar e como se obtêm espécimes diferenciados e úteis para os fins desejados? Domesticar significa, “adotar” o animal ou vegetal selvagem, criá-lo em condições controladas sob supervisão de modo a torná-lo dependente do ser humano para sobreviver, ao mesmo tempo em que se reproduz até com mais facilidade e fertilidade do que na natureza. Já, para se obter variedades de animais ou vegetais diferenciados e úteis para uso humano, usa-se o cruzamento seletivo. Dos descendentes nascidos de animais ou vegetais domesticados, escolhem-se aqueles indivíduos os quais têm as qualidades que desejamos. Assim, para exemplificar: de várias ninhadas de gatos, escolhemos aqueles que tem pelagem maior, mais abundante, os quais, supostamente, estão melhores aparelhados para enfrentar climas frios. Cruzando-se esses animais peludos, com o tempo, depois de muitas gerações sempre cruzando os mais peludos entre si, obtemos uma nova “raça” de gatos que chamaremos de Angorá, por exemplo.
No paleolítico, quando as tribos humanas de caçadores/coletores começaram a fixar-se na terra tornando-se criadores/agricultores o fator domesticação não só esteve presente como foi fundamental para a criação dos primeiros aglomerados que se tornariam vilas e depois cidades, no decorrer. Da domesticação para a seleção genética ou cruzamento seletivo o passo foi quase automático, se impôs que os homens selecionassem os melhores dentre os disponíveis, ou seja, cruzavam-se os cavalos e éguas mais fortes; escolhiam-se para o plantio as sementes maiores das espigas mais robustas; plantavam-se as mudas mais resistentes ao inverno rigoroso; cruzavam-se plantas com características diferentes esperando obter-se uma variedade descendente melhor que os pais, por exemplo. Desses cruzamentos forçados e plantios escolhidos nasciam os rebentos que se tornariam as variedades predominantes e que atendiam melhor as necessidades humanas. E o homo sapiens viu que isso era bom. Será que, a longo prazo, era bom mesmo?
Vejamos: O homem, sem saber, ao fazer a escolha de uma ou mais qualidades de uma espécie, estava selecionando os genes responsáveis por essas qualidades e negligenciando outros genes, ou seja, pode ser que ao selecionar a variedade de trigo que tem as sementes maiores e as espigas mais robustas, estará sacrificando a resistência à seca dessa mesma planta; o cavalo mais forte, aquele que puxa o arado o dia todo sem cansar, pode ser suscetível à gripe ou ser infértil; a galinha que põe todos os dias pode ser aquela que não resiste ao frio do inverno; e assim por diante. Na seleção genética não há almoço de graça, “ganha-se” de um lado e perde-se de outros, é como vender a alma ao Diabo. É facilmente compreensível essa assimetria entre as qualidades das espécies artificialmente escolhidas.
Durante milhões de anos a natureza “escolheu” através da seleção dos mais aptos, os melhores elementos das espécies, de forma que esses indivíduos passaram seus genes para os descendentes sempre melhorando a linhagem; se um rebento da espécie não resiste ao calor, por exemplo, tende a morrer no verão e, geralmente, não deixa descendentes. Por muitos milhões de anos o frio, o calor, o sol, os ventos, as chuvas, as erupções vulcânicas, os movimentos sísmicos, as marés, a competição entre espécies, os solos áridos e fracos, os solos úberes, os microorganismos nocivos, os insetos, os predadores, as secas, moldaram as espécies existentes, que são as melhores porque estão perfeitamente aptas a viver e se reproduzir nas condições existentes, e não porque produzem a fruta maior e mais suculenta, ou porque têm altura exata para serem colhidas pelas colheitadeiras equipadas com GPS.
A natureza dotou suas criações de um “pacote” genético com todas as melhores qualidades possíveis, criou o cachorro vira-latas de todas as criaturas da fauna e da flora. Já, a “melhoria” das espécies feitas pelo homem, que se desenvolveu e permeou a civilização do começo da sociedade até os dias modernos, nada mais é do que a fragmentação do “pacote” criado pela natureza, de modo a aproveitar algumas partes e descartar outras.
Resulta que hoje são milhões de novas variedades de animais e vegetais muitíssimo produtivos, mas extremamente “especializados”, seres perfeitamente adaptados a um clima específico, a um solo específico, a um ciclo sazonal específico, a uma geografia específica. Mais ainda, nos anos sessenta do século vinte, o movimento científico “Revolução verde” iniciou o maior esforço mundial no sentido de desenvolver novas variedades adaptadas aos mais diversos climas, com o intuito de “debelar a fome” no planeta. Novas variedades de trigo, aveia, arroz, grão-de-bico, soja, centeio, sorgo, milho, tomate, batata e girassol foram criadas, milhares de cultivares artificiais dessas espécies inundaram as lavouras em todos os continentes. Se acabou com fome em algum lugar deve ser num planeta desconhecido, porque na Terra não foi.
Acontece que, seja pela incúria e falta de visão da raça humana, seja porque a temperatura planetal está mudando para obedecer a uma apenas suspeitada oscilação climática natural que acontece a cada dezena de milhares de anos, muitas espécies criadas através da seleção genética estão morrendo, não têm capacidade adaptativa para enfrentar mudanças não programadas, as pequenas variações espúrias que estão ocorrendo no clima são o bastante para exterminar essas variedades ultra produtivas, mas “fracas” geneticamente, criadas pela mão do homem. Nos Estados Unidos, Austrália, Japão, Inglaterra e França já foram registrados inúmeros cultivares que não conseguem produzir, ou tem a produção reduzida por causa das mudanças climáticas e alterações na salinidade do solo. E não adianta desenvolver novas espécies a partir destas, estas não têm “memória” climática de longo alcance, os genes que as tornavam imunes às oscilações milenares de clima, perderam-se em algum ponto de sua história moderna a mercê da manipulação humana.
Que fazer então? Procurar o CACHORRO VIRA-LATAS! Procurar aquelas espécies selvagens que deram origem a essas modernas, espécies que têm, na sua carga genética, todas as informações necessárias à sobrevivência de longo alcance em quaisquer condições climáticas e adversas. Existem vários órgãos civis preocupados com a perda definitiva das sementes antigas, botânicos, geneticistas e outros cientistas estão numa corrida dramática em busca de sementes das espécies selvagens em todo o mundo.
Sementes que foram conservadas através das gerações pelo mundo afora, passando dos avós para os filhos, destes para os netos, dos vizinhos para outros vizinhos e assim por diante, as vezes por centenas de anos. Os cientistas esperam encontrar e preservar as amostras das sementes que puderem fornecer os traços genéticos necessários à luta contra a mudança do clima, do solo e ao ataque de doenças que causam extermínio.
A Noruega inaugurou no arquipélago de Svalbard, no Ártico, aquilo a que chama a “Arca de Noé” do reino vegetal, para preservar a diversidade vegetal do planeta, ameaçada por catástrofes naturais, guerras e alterações climáticas. Escavado na rocha gelada, a mil quilômetros do Pólo Norte, este “cofre” pode guardar sementes congeladas por 200 anos, mesmo no pior cenário de alterações climáticas e se os sistemas mecânicos de refrigeração falharem. Jens Stoltenberg, primeiro-ministro norueguês, disse que esta medida defende “os blocos de construção da civilização” de forças que estão ameaçando a “diversidade da vida que sustenta o nosso planeta”. Mais de cem países já enviaram cem milhões de sementes para Svalbard: arroz, milho, trigo, alface, batatas, grão-de-bico, entre outras espécies. As sementes antigas encontradas nos mais esconsos lugares do planeta estão sendo divididas em três partes: uma vai para o plantio normal para preservação das espécies através da produção de mais sementes; outra é dirigida a laboratórios que estudarão sua herança genética e tentarão aproveitar suas qualidades hibridizando-as a outras variedades modernas, melhorando estas; a última destina-se à “Arca de Noé Botânica”, onde, espera-se que elas permaneçam preservadas por 200 anos, como uma espécie de depósito bancário de emergência, que será usado no caso de perda da diversidade biológica.
Na verdade, o homem encontra-se olho-no-olho com o monstro de fauces escancaradas que criou. Uma catástrofe inimaginável que pode dizimar a civilização está para acontecer e o ser humano conta apenas com o CACHORRO VIRA-LATAS para salvá-lo. Isso, que nem falamos ainda das plantas geneticamente modificadas que podem vir a ser outra ameaça num futuro próximo! JAIR, Floripa, 23/04/09.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cisnes e Borboletas no Cyclamen





Há tanta beleza na vida - seja ela animal ou vegetal. 
Quando o homem compreenderá que o amor e a paz trazem o belo ao viver?

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Veja informações sobre esta flor, e mais fotos, em:  Via Verde 80: Cyclamen.

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Meio Ambiente - Definições


Vários Aspectos do Meio Ambiente
Sempre que ouvimos ou lemos a expressão Meio Ambiente nos vêm à mente imagens da floresta amazônica ou do oceano, de espécies em risco de extinção, de fábricas poluidoras. Mas não mudaria sua forma de pensar o mundo que o cerca se você soubesse que no momento que lê este artigo (sentado em frente ao computador no seu quarto, no escritório, na faculdade) você está inserido em um meio ambiente?

Esta idéia de meio ambiente como sinônimo de natureza é apenas um dos aspectos do Meio Ambiente, hoje definido como meio ambiente natural. O chamado meio ambiente natural, ou físico, engloba ar, água, solo, subsolo, flora e fauna. Talvez seja o primeiro do qual nos recordamos por sua condição primordial: a ausência de preservação ou de utilização racional dos recursos ambientais de nosso planeta pode trazer conseqüências catastróficas. Cenários antes apenas imaginados em filmes futuristas de gosto duvidoso, com a Terra transformada em um imenso deserto e pessoas travando lutas mortais pelas fontes de água, agora se tornaram preocupação patente para a Organização das Nações Unidas (ONU) com a diminuição dos níveis de água potável, através da ocupação das áreas de mananciais e da poluição dos reservatórios existentes. A consciência ambiental e o controle governamental aliados ao apoio da população podem, todavia, adiar ou mesmo contornar este e outros reveses sofridos por nossos rios, matas, fauna etc.

Ao lado do meio ambiente natural, temos o meio ambiente construído, ou artificial, aquele produzido pela ação do homem ao transformar a natureza: as cidades. Há cidades que nos parecem limpas, arborizadas, bonitas, pois tiveram seu crescimento planejado, e outras, que ao crescerem desordenadamente, levam-nos a pensar que seus prédios se acotovelam por uma beira na calçada. A planejada ocupação do solo urbano, determinando as limitações ao direito de construir, informa como a cidade irá crescer e para onde, como fluirá o trânsito, onde estarão localizadas as áreas verdes para o lazer tão necessário a seus habitantes. Um meio ambiente construído sadio contribui para o bem estar da população que ali vive; e, ao contrário, um meio ambiente artificial hostil gera não apenas sensação de angústia em seus habitantes como também termina por levar ao abandono e descaso e, não rara vezes, à agressão para com o espaço público.

O patrimônio cultural de um povo constitui-se em seu meio ambiente cultural e este conceito engloba, segundo definição da própria Constituição da República Federativa do Brasil, o que faz "referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; e, os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico." A preservação e valoração da cultura de um povo, implica, em última instância na preservação e valoração deste próprio povo.

E por último, temos o meio ambiente do trabalho. A expressão se refere ao local onde as pessoas exercem suas atividades laborais. O meio ambiente do trabalho envolve as instalações físicas do local (ventilação, iluminação natural ou artificial, ruídos, móveis, maquinário etc.) que devem oferecer um ambiente saudável para a prestação do serviço, bem como deve ser minimizada a possibilidade de contato com qualquer agente químico ou biológico que traga riscos à saúde do trabalhador. Um meio ambiente de trabalho sadio proporciona a manutenção da saúde do trabalhador, por sua vez, um meio ambiente de trabalho agressivo leva ao surgimento de doenças profissionais e, conseqüente, perda da capacidade laborativa deste trabalhador.

© Texto elaborado por Profª. Dra. Léa Elisa Silingowschi Calil - Advogada, Dra. em Filosofia do Direito e Professora de Direito do Trabalho no Centro Universitário FIEO - UniFIEO e membro da AIDTSS - Associação Iberoamericana de Direito do Trabalho e Seguridade Social. Autora do Livro "História do Direito do Trabalho da Mulher".

Você encontra este texto em: http://www.mundodosfilosofos.com.br/lea14.htm
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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Árvores Tortuosas do Cerrado Brasileiro


Vejam a beleza dessas árvores. São árvores resistentes, já passaram por inúmeras queimadas, muitas carregam ainda esse horror em seus troncos. Mas, renascem das cinzas e brotam! Ou, quando o fogo não consegue consumí-las por inteiro, seguem em frente, tentando se recompor, brotando novos galhos, novas flores e sempre novas sementes! É a esperança, em cada ano, de não desaparecerem, de darem continuidade à sua espécie. Até quando resistirão?










Árvores tortuosas, flores e frutos exóticos, assim é a beleza do Cerrado. O Cerrado é um dos biomas mais secos do Brasil. A estação seca pode durar até 5 meses. Neste período o índice de umidade relativa do ar chega, muitas vezes, no meio da tarde, a índices inferiores a 15%. Por isto tantas queimadas acontecem entre maio e setembro, período de estiagem. Um toco de cigarro ou algumas brasas que ficaram de um pique-nique pode ser o começo de um fogaréu. Há também os casos em que o fogo é provocado por alguém sem a mínima noção do grande e sério problema que a terra está enfrentando para se recompor.

Não está passando da hora de campanhas educativas mais sérias de conscientização sobre preservação ambiental? É conscientizando que podemos transformar mentes e, assim, recuperar ambientes degradados.

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Nota: Post publicado em 6 de agosto de 2009 no blog Multivias - A Natureza em Fotos e Variedades. Estamos reeditando-o devido ao clima muito seco desta época do ano.

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domingo, 11 de julho de 2010

Vamos comer Bananas!


Texto publicado no blog: www.jairclopes.blogspot.com em Abril de 2009.
Ilustração retirada da internet.
Embora alguns portugueses que aportaram no Brasil recém descoberto tenham reportado que observaram índios alimentando-se de bananas, isso deve ser um equívoco, pois, como está registrado, a banana é originária do sul da Ásia e da Indonésia. Indícios arqueológicos e paleoambientais indicam que nas terras altas da Nova Guiné, já se cultivavam bananais, enquanto que na Malásia e Filipinas existem muitas espécies de bananas selvagens, ao passo que no Brasil existe apenas uma variedade da planta chamada pacova que não dá frutos comestíveis, serve tão somente para fins ornamentais.
Umas das melhores técnicas para determinar onde uma planta foi domesticada pela primeira vez, é descobrir onde existem seus antepassados selvagens, sendo assim, o Brasil não é bom local candidato a origem das musaceas.
A banana é mencionada em documentos escritos, pela primeira vez na história, em textos budistas cerca de 600 aC. Sabe-se que Alexandre, o Grande comeu bananas em 327 aC. Contudo a palavra Banana originou-se na África ocidental para onde a planta foi levada pelos povos árabes que a haviam conhecido na Palestina, onde a banana havia chegado pelas mãos dos conquistadores islâmicos que a trouxeram da Ásia em 650 dC. No século XV, os portugueses que haviam conhecido a banana na África, começaram plantações sistemáticas de bananais nas ilhas atlânticas e no Brasil. A partir daí a musacea adaptou-se ao clima e a geografia brasileira de tal forma que hoje é o fruto mais popular do país e o segundo do planeta, só ficando atrás da maçã, e o Brasil é o terceiro maior produtor da fruta, perdendo apenas para o Equador e para a Índia. Tornou-se tão brasileira a banana, que incorporou-se ao anedotário e folclore do país e daí gerou inúmeros provérbios, ditos e anedotas, como por exemplo: “A preço de banana”, “Dou uma banana para isso”, “República das bananas” e muitos outros.
A bananeira é uma planta de caule subterrâneo que se desenvolve no sentido horizontal, e do qual saem folhas que crescem para fora da terra, formando um falso tronco. Ao contrário do que muita gente pensa, a bananeira não é uma árvore apesar do tamanho, trata-se de um arbusto com tronco oculto debaixo da terra. Observe-se que o falso caule da bananeira dá frutos apenas uma vez, daí morre e é substituído por novo caule, repetindo-se o processo anualmente. Dada essa característica de emitir sempre novos rebentos, o bananal torna-se permanente na área, porém com plantas renovadas a cada ciclo. Quando imatura, a banana é uma fruta de cor verde, ao madurar apresenta cor amarela ou, raramente, vermelha.
Existem mais de 500 variedades de banana em todo o mundo, contudo, apenas pouco mais de uma dezena é comestível e aproveitada comercialmente. As cinco variedades principais são: banana prata, banana maçã, banana ouro, caturra e banana terra. A banana é um alimento energético, sendo composta basicamente de água e carboidratos, contém pouca proteína e gordura. É rica em sais minerais como sódio, magnésio, fósforo e, especialmente, potássio, sendo de fácil acesso e tornando a refeição ligeira, passou a ser o alimento ideal para os desportistas sujeitos aos grandes desgastes nos esforços físicos. Comparando-a com a maçã, tem o quádruplo das proteínas, o dobro dos hidratos de carbono, três vezes mais fósforo, cinco vezes mais vitamina A e ferro e o dobro das outras vitaminas e minerais. É um fruto rico em vitaminas e uma das mais saudáveis comidas existentes. É uma fruta flexível, grandemente consumida in natura, também pode ser transformada em cachaça, doces, licores, geléias e até vinagres.
Além disso, a bananeira tem folhas grandes e caule fibroso que podem servir para cobrir abrigos provisórios, ou como embalagens de boa qualidade, ser utilizados como ataduras de emergência, resultar em certo tipo de papel e na confecção de artesanatos como chapéus, bolsas, cordas, peneiras, objetos de decoração e até no fabrico de móveis sofisticados. O líquido acumulado entre as folhas e o caule, é utilizado para aliviar dores resultantes do ataque das aranhas, vespas, escorpiões e até de cobra. O fruto é uma verdadeira panacéia, pode auxiliar no tratamento de certas enfermidades, tais como: tuberculose, paralisia, reumatismo, artrite, prisão de ventre, diarréia, desidratação, e, ainda, doenças de estômago, rins, fígado, intestinos e nervos, úlceras da pele, dermatites, queimaduras de sol, feridas, fraqueza pulmonar, resfriados, tosse crônica, tosse de fumante, bronquite crônica. De acordo com recentes estudos, a maioria das pessoas que habitualmente sofrem com depressões sentiram-se substancialmente melhor depois de comerem uma banana.
No Brasil, o setor bananeiro gera mais de 500.000 empregos diretos. Segundo dados do IBGE, no ano de 2004, a cultura foi a segunda mais produtiva, ficando atrás somente da laranja. Creio que depois de ler este texto, o leitor nunca mais vai olhar a banana com os mesmos olhos, vai reconsiderar seus conceitos bananais para sempre. JAIR, Floripa, 22/04/09.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Periquitos ou Papagaios?

Que os ornitólogos desculpem minha ignorância sobre nossas aves. Mas, realmente, como muitos brasileiros, não sei identificá-las. Você, especializado ou não neste assunto, pode nos ajudar? 

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Colabore, participe, responda, abrace a Terra e seja feliz.

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