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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Biosfrera






Para alcançar o nível de equilíbrio dinâmico no qual se encontra o Planeta hoje, foi preciso milhões de anos para que este se configurasse e pudesse oferecer condições para o desenvolvimento da vida. Estima-se que a vida na Terra surgiu a 3,5 bilhões de anos.
Em retrospectiva, dá para descrever os eventos que marcaram a formação do Planeta e de seus habitantes, os seres vivos. Consolidação da Terra a partir de restos de estrelas há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, nesse período o planeta era extremamente quente equivalente a uma imensa bola de fogo e, claro, não abrigava forma alguma de vida. Passados milhões de anos a Terra entrou em um processo de resfriamento gradativo que originou uma fina camada de rocha em toda a superfície. Com as mudanças ocorridas na temperatura do planeta, que foi se resfriando, foi expelida do interior do Planeta uma imensa quantidade de gases e vapor de água. Esse processo fez com que os gases formassem a atmosfera e o vapor de água favoreceu o surgimento das primeiras precipitações, um longo tempo de chuva – milhões anos, na verdade - ocasionaram a formação dos oceanos primitivos.
A constituição dos oceanos foi fundamental para o surgimento da vida no Globo, pois esta, por tudo que se sabe, apareceu no meio aquático. Infere-se que surgiram primeiramente bactérias e algas monocelulares, isso há cerca de 3,5 bilhões de anos. Essas primeiras formas de vida foram precursoras que criaram condições para o surgimento de outros seres. Surgiram então, os invertebrados multicelulares dentre eles medusas, em seguida trilobites, caracóis e estrela-do-mar, além disso, desenvolveram plantas tais como as algas verdes, todos os seres vivos desse momento habitavam ambientes marinhos.
Os animais terrestres tiveram sua origem a partir do momento que algumas espécies de peixes saíram da água dando origem aos anfíbios e posteriormente aos répteis, aves e mamíferos. Há aproximadamente quatro milhões de anos surgiram os ancestrais dos seres humanos. Esse mesmo homem que hoje domina o Planeta cuidou de desenvolver as teorias que explicam a complexidade da vida inserida no ambiente que lhe é favorável. A esse ambiente que compreende desde o fundo dos oceanos até alguns quilômetros acima da superfície da Terra, ambiente que abriga a totalidade dos seres vivos, o homem denominou Biosfera.
Em 1980 ao custo de US $ 150 milhões desembolsado pelo magnata do petróleo do Texas, Edward Bass, foi iniciada a construção da Biosfera II, concebida como uma réplica hermética do ambiente da Terra (Biosfera I). São 72 milhões de pés cúbicos de ar aprisionados em uma estrutura geodésica a qual contém cinco biomas, abrangendo um “oceano” com 3,4 milhões de litros, uma floresta tropical, um deserto, áreas agrícolas e um habitat humano, isso tudo incluindo plantas, animais e variados seres que normalmente habitam esses ambientes, como as bactérias, fungos e outros microorganismos.
A idéia foi sugerida pelos primeiros designers e gestores interessados em viagens espaciais e na possibilidade de colonizar a Lua ou Marte. Ao construir a Biosfera II e isolarem pessoas no interior, esperavam entender os problemas que surgem da vida em um sistema fechado. Foi assim que em 1991, um grupo de oito pessoas, voluntárias de várias partes do Planeta, se dispuseram a viver dentro daquela “Terra” por dois anos.
As pessoas que foram selecionadas para serem biosferianos e viver dentro da Biosfera II, durante dois anos de encerramento vieram de sete países diferentes. Todos com habilidades diferentes, as quais, segundo se supunha, seriam complementares de tal forma que somadas permitiriam a sobrevivência do grupo sem recursos externos. Fora isso, vários anos de treinamento os tornaram proficientes em seus próprios campos, bem como teriam adquirido conhecimentos sobre as habilidades dos outros.
A primeira “colônia” de biosferianos (4 mulheres e 4 homens) entrou Biosfera II em 26 de setembro de 1991. Os membros da tripulação permaneceram lá dentro dois anos, apesar de vários problemas, incluindo produtividade agrícola limitada, acúmulo de dióxido de carbono e proliferação de formigas. Sua permanência encerrou-se em 26 de setembro de 1993. Depois de um período de transição de um mês, um segundo grupo de sete biosferianos (5 homens e 2 mulheres) entrou na estrutura geodésica. Infelizmente, após uma série de problemas sociais e físicos desenvolvidos, o projeto logo sofreu o desdém científico e ridicularização pública de gente sem noção antes que os experimentos fossem suspensos em 1994. Desde então, não há grupos residentes que vivam no interior da Biosfera II, e nenhum ser humano deverá habitá-la num futuro planejado.
O que se depreende desse experimento, fora os ganhos decorrentes das descobertas em virtude do confinamento de seres humanos, é que deu certo apesar das opiniões azedas de muitos cientistas e da mídia afirmarem o contrário. Deu certo, não somente porque os voluntários tenham sobrevivido durante dois anos; não somente porque hoje o projeto desativado deu lugar a um campo experimental de genética e lugar de cursos e conferências sobre novos ramos da ciência. Deu certo porque mostrou aos homens que não é só reproduzir as condições ambientais do planeta que, imediatamente, tudo passa a funcionar como a natureza o faz. Deu certo porque a ciência descobriu que apesar de todas as coisas estarem nos seus lugares, havia um fator que foi negligenciado e era basilar, compulsório mesmo, para se reproduzir as condições exatas do Planeta. Esse fator se chama TEMPO. A Terra levou bilhões de anos para atingir o equilíbrio que conhecemos, e não será em meros dois anos que vamos criar um ambiente que terá condições de suportar vida humana com o mínimo necessário para sustentar um organismo tão complexo e suas não menos complexas interações como o meio que o cerca. Talvez não sejamos o organismo mais requintado do Planeta, mas a natureza só permitiu que surgíssemos depois que a evolução tivesse atingido um nível no qual pudéssemos viver sem necessidades maiores que aquelas disponíveis no Planeta. Como exercício mental, arrisco dizer que se o experimento fosse conduzido sem tempo determinado para seu término, dentro de alguns milhares de anos talvez, aí sim teríamos uma Biosfera II perfeitamente equilibrada abrigando alguma variedade humana e de outros seres que evoluíram naquelas condições. Ilhas isoladas como Galápagos e Austrália provam que se houver tempo suficiente, espécies novas podem se desenvolver. Como sempre, o apressadinho Homo sapiens não previu essa possibilidade e tentou queimar etapas, e a caríssima e promissora experiência que se propunha a provar certas teorias acabou indo, como a proverbial vaca, para o brejo. JAIR, Floripa, 28/02/11.

sábado, 22 de outubro de 2011

Sobre racismo

Texto publicado no blogue www.jairclopes.blogspot.com em 24/04/11.

Sem dúvida, a discriminação entre os assim chamados brancos e os assim chamados negros tem gerado uma das mais sérias ameaças à paz duradoura no nosso planetinha azul. À parte os argumentos imbecis e vazios sobre a suposta disparidade intelectual entre brancos e negros, ou entre brancos e “latinos”, (aliás, o que será um latino?) a divisão da humanidade nessas rígidas categorias é, em si mesma, totalmente estúpida. Na realidade biológica não há pessoas verdadeiramente negras ou verdadeiramente brancas. Sem dúvida, o grau de pigmentação da pele difere nas populações das diferentes partes do mundo. A função da pigmentação, como proteção dos raios ultravioleta do sol, exige que assim seja: à medida que se caminha para o equador, aumenta a concentração de raios ultravioleta, exigindo maior proteção. Portando, é de se esperar que as populações estabelecidas há longo tempo perto do equador sejam mais pigmentadas do que aquelas que vivem longe dele. Isso, entretanto, produz diferentes tonalidades de marrom, não apenas de preto e branco. Há virtualmente milhares de tonalidades entre o preto e branco, então é rematada estultice estabelecer fronteiras entre as duas cores.
O fato de uma pele ser muito pigmentada, num ambiente na qual ela é exposta a um alto grau de radiação ultravioleta, é sinal de harmonia biológica com o ambiente, e não pode, em nenhum sentido, servir de base racional crítica a capacidade social ou intelectual das pessoas. Quando as primeiras populações mudaram-se para o norte, para climas mais frios, reduziu-se a necessidade de pigmentação das peles e estas tornaram-se pouco a pouco mais claras. Deduz-se: todos somos descendentes de indivíduos de pele escura. À medida que as populações migrantes se mudaram mais para o sul, através da América do Norte, adentrando a América do Sul, reapareceu, mais uma vez, a necessidade de proteção, e, mais uma vez, a pigmentação aumentou. Deduz-se: todos, descendentes de nativos americanos, somos descendentes de indivíduos de pele branca. O fato de que em geral as peles dos americanos equatoriais não são tão escuras quando a dos africanos equatoriais é, com muita probabilidade, consequência do tempo bastante curto que houve para a pigmentação evoluir nesta parte do Planeta. Portanto, os graus de pigmentação da pele das diferentes populações do mundo refletem a adaptação a seus diferentes ambientes físicos, e apenas isso, racistas de plantão! A mobilidade social deste e do século passado tem, sem dúvida, encurtado o caminho para essas adaptações e causado problemas tantos para os cientistas sinceros que desejam mostrar a idiotice do racismo, como para os racistas que passaram a ter maiores dificuldades em rotular as pessoas por suas origens.
Quando pessoas de pele clara viajam por países de clima quente, a radiação solar cobra sem demora seus dividendos à pele destituída de melanina, a despeito dos filtros solares de graus elevados. Os turistas europeus que visitam nosso país no verão corroboram esse fato. E quando as pessoas muito pigmentadas vivem em climas de pouco sol como a Suécia, por exemplo, têm que adicionar mais vitamina “D” às suas dietas, porque esta vitamina é produzida com menos eficiência na sua pele naturalmente protegida.
A tendência de classificar certas populações como negras, enquanto se abriga os demais num exclusivo “clube” de brancos, é, portanto, duvidosa, discricionária e rematada necedade. E é mais do que uma questão de mero formalismo fazer objeção a esses termos, porque a separação dos grupos é explorada para permitir a existência de abismos sociais e econômicos, com os “brancos” do lado certo e os “negros” do lado errado, embora não exista base para essa divisão. Com o rótulo de “negro” na mão é muito fácil a pessoa “branca” aplicá-lo a qualquer grupo “apropriado” de indivíduos, atribuindo um conjunto de características arbitrariamente globais (promíscuos como VOCÊ! diria algum deputado racista da África do Sul, por exemplo), enquanto ela mesma se refugia atrás da conveniência de seu próprio rótulo. Tal prática não é mais que uma técnica eficaz (e burra) de ignorar as realidades do mundo, e substituí-las por preconceitos inflexíveis. Ao contrário do que pregam os racistas, não há características globais, nem de “brancos”, nem de “negros”, pela simples razão de que esses grupos, como tais, não existem, são meras criações de mentes estultas. Há, contudo, apenas a característica global de se pertencer à espécie humana, com talvez cinco milhões de anos de evolução do Homo por trás de cada um de nós.
O uso dos termos “brancos” e “negros” precisa ser deixado de lado como um primeiro passo para nos libertarmos do conceito divisório que há por trás disso. O atual status econômico e social das populações do mundo, que mostra uma minoria de pessoas de pele clara abocanhando a maior parte dos recursos do Planeta, é resultado do desenvolvimento histórico, ao qual faltou o mais das vezes qualquer vestígio de dignidade humana e de justiça. Com a palavra os “descobridores”, missionários religiosos e colonizadores europeus e suas conquistas de terras na Ásia, África e Novo Mundo. O imperialismo político e econômico do passado não pode ser usado para defender sua permanência no presente. Por certo, esse domínio da chamada raça branca não tem qualquer fundamento científico e social. Se essa divisão continuar ela ferirá mortalmente o coração da humanidade e, por fim, a destruirá. A escolha se impõe pela simplicidade: ou a verdadeira fraternidade universal dos Homoé reconhecida, seja qual for o grau de pigmentação da pele, ou o futuro será a desagregação com grande risco de extinção. JAIR, Floripa, 24/04/11.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sobre a arte de escrever

Imagem da internet

Texto publicado no blogue www.jairclopes.blogspot.com em 31/07/09.


No bloguismo já me defini como beletrista, querendo dizer com isto que me dedico a textos sobre amenidades. Amenidades e despretensão, nada mais. A internet e, em particular o bloguismo, permite que nós, os entusiastas, escrevamos e publiquemos nossos textos com comodidade e, também, que aperfeiçoemos a arte da escrita, meu caso. Sem dúvida a web e o processador de textos são os responsáveis pela facilidade com que nós blogueiros expomos nossas idéias e as colocamos ao escrutínio dos leitores. Sem esses instrumentos, muitos potenciais escritores ainda estariam "no armário" devido aos obstáculos de publicar seus textos, de colocar para fora seus anseios e pensamentos.


Desde há muito gosto de pôr em letras, - preto no branco para usar uma expressão desgastada, - o que penso, minha opinião e também palpites e reflexões, e até devaneios inconsequentes. Contudo, para que as idéias sejam registradas com alguma competência e alcancem o público é necessário que observemos algumas normas básicas, que me permito expor: 1ª) Primeiro é preciso PENSAR. Sem elucubração criativa não há maneira de trazer a lume qualquer coisa minimamente interessante, que instigue o possível leitor. Sem expor uma idéia nova ou uma reflexão proveitosa, o que se escreve pode se tornar tão interessante como uma bula de remédio, ou seja, não trazer nada além de informações cruas e destituídas de atrativo; 2ª) CLAREZA. De nada adianta ter ótimas idéias, construir belas assertivas, intuir sacadas geniais e ser filigranoso na hora de passá-las adiante. Hermetismo fica bem apenas em Kafka. Clareza significa expor o que se pensa com coerência, de maneira que os leitores entendam, de modo a não deixar dúvida alguma sobre o assunto abordado. Para isso, devemos, além de refletir bem antes de escrever, usar um vocabulário compatível com o público e de acordo com as regras, o que leva ao item seguinte; 3ª) VERNÁCULO, não agredi-lo, não atentar contra sua integridade. Observar as regras gramaticais e a maneira consagrada de escrever as palavras, nada de muita novidade e jamais esdruxularias. Lembrem-se, Guimarães Rosa usava conceituação idiomática única, criava suas próprias regras porque tinha envergadura para isso, se fôssemos iguais a ele não estaríamos escrevendo modestos blogs, estaríamos na ABL. Não ser repetitivo também é regra de ouro, repetição cansa o leitor; 4ª) BAGAGEM. Sem bagagem (leitura), perdão meus caros, só sai merda. A informação nos fornece material para fazer comparações, cotar dados, contrapor opiniões, explicar melhor, convencer. Não há escapatória, só a leitura instrui. Tantos e belos anos passados em bancos escolares capacitam para a vida, criam competência técnica e profissional, possibilitam disputar mercado e lugar à sombra, adestram para competir, mas não trazem instrução e informação que tornam possível escrever bem e com elegância. É isso aí. JAIR, Floripa, 31/07/09.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Torres e Antenas


A paisagem de nossas cidades e de nossas estradas está mudando. Ou melhor, mudou. Há torres por todos os lugares. No meio de uma bela paisagem, dessas de paraíso, com diversos tons de verde, o que aparece, surgindo do nada? Do nada? Não, não, do dinheiro das vendas de milhões de celulares. As empresas se multiplicam na mesma proporção das aparelhinhos. Todo mundo tem um. Há até aqueles que fazem coleção. E o que dizer dos "chips"?

Como gostaria que os dados das pesquisas sobre aquecimento global fossem mais divulgados. E como as torres e as anteninhas dos celulares contribuem para isso.

Empresas e consumidores, vamos pensar mais na perpetuação da vida do planeta Terra? Se nosso planeta adoece, adoecemos juntos.

Não ao consumo exagerado. Não à poluição do meio ambiente. A vida em primeiro lugar. S.O.S. ao bom senso. A vida do planeta pede socorro. Help! Help!

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Nota: Post escrito para o blog Multivias - A Natureza em Fotos e Variedades; publicado em maio de 2008. Fiz as fotos na mesma época na rodovia que liga Brasília a Goiânia.

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