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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Energia Nuclear e Seus Problemas

O municipio de Caetité (624 km de Salvador), BA, foi invadido por varias carretas contendo 90 toneladas lixo atômico. Na madrugada de domingo, 15 de maio, mais de 3000 pessoas fizeram um cinturão humano para impedir a passagem do produto indesejável. A situação foi divulgada no Facebook e esta repercurtindo internacionalmente.

Conheçam os fatos:



A energia nuclear pode ser considerada energia limpa, apesar dos rejeitos perigosos.
Segundo especialistas, os rejeitos permanecem radioativos por séculos, mas o lixo atômico não emite poluentes na atmosfera, ou seja, se devidamente descartados não oferecem riscos ao meio ambiente e as pessoas. Os fenômenos associados à interação da radiação com a matéria são absolutamente gerais no que diz respeito aos elementos químicos que formam o material irradiado, seja biológico ou não. Destas interações surgem os efeitos biológicos das radiações, que são as conseqüências posteriores à exposição.
Os efeitos das radiações sobre os seres vivos são muitos e complexos. As pesquisas sobre estes efeitos visam, em geral, correlacionar fatores tais como dose recebida, energia, tipo de radiação, tipo de tecido, órgãos atingidos etc. Diferentes tecidos reagem de diferentes formas às radiações. Alguns tecidos são mais sensíveis que outros, como os do sistema linfático e hematopoiético (medula óssea) e do epitélio intestinal, que são fortemente afetados quando irradiados, enquanto outros, como os musculares e neuronais, possuem baixa sensibilidade às radiações.

Efeitos somáticos e hereditários
As consequências das radiações para os humanos são muitas e variáveis, dependendo dos órgãos e sistemas atingidos. De um modo geral os efeitos são divididos em efeitos somáticos e efeitos hereditários. 

Efeitos somáticos - Os efeitos somáticos surgem de danos nas células do corpo, e apresentam-se apenas em pessoas que sofreram a irradiação, não interferindo nas gerações posteriores. Os efeitos que ocorrem logo após (poucas horas a semanas) uma exposição aguda são chamados de imediatos. Os efeitos que aparecem depois de anos ou décadas são chamados tardios.
Os efeitos somáticos tardios são difíceis de distinguir, pois demoram a aparecer e não se sabe ao certo se a patologia se deve à exposição radioativa ou ao processo de envelhecimento natural do ser humano. Por esta razão a identificação dos efeitos tardios causados pelas radiações só podem ser feitos em situações especiais.).
A gravidade dos efeitos somáticos dependerá basicamente da dose recebida e da região atingida. Isso se deve ao fato de que diferentes regiões do corpo reagem de formas diferentes ao estímulo da radiação.Alguns exemplos de efeitos somáticos imediatos produzidos por exposição radioativa aguda (doses elevadas, da ordem de Grays) são: 

Sistema hematopoiético: leucopenia, anemia, trombocitopenia etc. 
Sistema vascular: obstrução dos vasos, fragilidade vascular etc. 
Sistema gastrointestinal: secreções alteradas, lesões na mucosa etc.
  
Efeitos hereditários - Os efeitos hereditários ou genéticos surgem somente no descendente da pessoa irradiada, como resultado de danos por radiações em células dos órgãos reprodutores, as gônadas.

Estes efeitos são estudados usando camundongos como cobaias e seus resultados podem ser extrapolados para a espécie humana. Os efeitos genéticos nos camundongos dependem, além de outros fatores:
  • da dose de radiação, existindo uma relação linear entre esta e a intensidade do efeito
  • da taxa de fracionamento de dose, dependendo de serem ou não reparáveis as lesões provocadas pelas radiações
  • da qualidade da radiação, sendo os nêutrons os mais eficientes para provocar a mutagênese que o raio-X ou g.
Na espécie humana ainda não foi possível demonstrar a mutagênese radioinduzida, devido fatores como a dimensão reduzida da população irradiada, o tempo necessário para a obtenção de cada geração, dificuldades de dosimetria etc.
    Opinião
    Conclui-se que a energia nuclear, não é exatamente tão limpa e segura como atestam os  especialistas e defensores. Quando afirmam que o lixo atômico não emite poluentes na atmosfera, o que parece ser uma afirmação bastante tendenciosa e manipulativa, uma vez que enxergam com simplismo sectário a complexa cadeia da vida e as suas interações. É bastante evidente, que de nada adianta utilizar milhares de toneladas de concreto e chumbo, ou escavar profundas trincheiras para acomodar os resíduos atômicos. Mais cedo ou mais tarde, a ação humana ou os fenômenos naturais irão cada qual ao seu modo, violar as fantásticas barreiras que impedem a contaminação do ar, do solo e da água, atingindo maleficamente todos os seres vivos.

    Fontes:
    Introdução à Física Radioterapia
    Brasil Escola
    Apontamentos de sala de aula

    terça-feira, 3 de maio de 2011

    O lápis


    Texto publicado no blog www.jairclopes.blogspot.com em fevereiro de 2011.

    No tempo de minha escola primária, como eram chamados os primeiros quatro anos do ensino fundamental, o uso do lápis para rascunhos das primeiras letras era obrigatório e necessário. Impensável colocar na mão da criança de sete anos, idade mínima para admissão à escola, uma daquelas canetas-tinteiro que ao menor descuido vazava tinta borrando cadernos e roupas; ou, pior ainda, canetas “de pena”, objetos de madeira com penas substituíveis que requeriam um tinteiro, reservatório potencialmente desastroso para o uniforme dos alunos. Diga-se, a maioria das escolas primárias adotava guarda-pós brancos como uniforme padrão, portanto, uma lambança de tinta nesse caso era uma pequena catástrofe, até porque as mães se descabelavam para manter apresentáveis os trajes formais de seus rebentos.

    Pois bem, o lápis era, então, mais do que apenas um acessório próprio para rabiscar as difíceis linhas que formavam letras, que juntas umas as outras de certa maneira, formariam sílabas e palavras, o lápis era a chave mágica que abria o fascinante mundo da alfabetização. Comparável nos dias atuais com o teclado do computador que dá acesso ao mundo da internet, por exemplo. Cilindro de madeira com recheio de grafite, objeto de simplicidade franciscana e barato, permitia que crianças, das mais humildes às mais abastadas, fizessem as primeiras incursões no incrível universo da palavra escrita. Era ele que transmitia ao papel o resultado das intrincadas e recentes conexões dos neurônios, adquiridas pela visão dos símbolos no quadro-negro, e pela audição quando a professora Lair Scheröeder pronunciava os fonemas. Crianças canhestras que éramos, mordíamos a língua enquanto, com esforço visível, comprimíamos a grafite contra o papel muitas vezes roto de tanto ser apagado, porquanto ao modesto lápis dois acessórios eram indispensáveis: uma borracha e um apontador. Nenhum aluno poderia prescindir da borracha macia que fazia desaparecer os enganos abundantes nessas primeiras experiências literárias; nem do apontador menos ou mais sofisticado que tinha a finalidade de permitir que a grafite sobrasse na extremidade do cilindro de madeira de forma a poder atritá-la no papel deixando um rastro no feitio de linha; ainda que o preço do apontamento regular fosse encurtar o lápis até sua quase extinção natural e previsível. Lápis muito curto acabava sendo substituído por um novo, mas essa substituição se dava com maior frequência quanto maior fosse o poder aquisitivo do usuário, alunos pobres usavam-no até quase o fim enquanto os mais ricos faziam-no tão logo o lápis se desgastasse um pouco apenas.

    Ao companheiro lápis, tantas vezes mordido na extremidade rombuda com certo nervosismo por não sabermos a resposta; tantas vezes deixado cair do tampo inclinado da carteira e, por isso, ter quebrado a grafite, tendo que ser apontado mais amiúde de modo a consumir-se mais cedo; tantas vezes usado de forma inapropriada como coçador de ouvido ou estilete para furar papel, meus mais sinceros agradecimentos e minha homenagem por tudo que ele representa para a cultura da humanidade, construção da civilização e tudo o que fez por mim. Ao humilde lápis lamento não ser bafejado pelas graças da musa para poder festejá-lo com rimas e métrica como de fato tanto merece. JAIR, Floripa, 03/02/11.

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