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domingo, 11 de julho de 2010

Vamos comer Bananas!


Texto publicado no blog: www.jairclopes.blogspot.com em Abril de 2009.
Ilustração retirada da internet.
Embora alguns portugueses que aportaram no Brasil recém descoberto tenham reportado que observaram índios alimentando-se de bananas, isso deve ser um equívoco, pois, como está registrado, a banana é originária do sul da Ásia e da Indonésia. Indícios arqueológicos e paleoambientais indicam que nas terras altas da Nova Guiné, já se cultivavam bananais, enquanto que na Malásia e Filipinas existem muitas espécies de bananas selvagens, ao passo que no Brasil existe apenas uma variedade da planta chamada pacova que não dá frutos comestíveis, serve tão somente para fins ornamentais.
Umas das melhores técnicas para determinar onde uma planta foi domesticada pela primeira vez, é descobrir onde existem seus antepassados selvagens, sendo assim, o Brasil não é bom local candidato a origem das musaceas.
A banana é mencionada em documentos escritos, pela primeira vez na história, em textos budistas cerca de 600 aC. Sabe-se que Alexandre, o Grande comeu bananas em 327 aC. Contudo a palavra Banana originou-se na África ocidental para onde a planta foi levada pelos povos árabes que a haviam conhecido na Palestina, onde a banana havia chegado pelas mãos dos conquistadores islâmicos que a trouxeram da Ásia em 650 dC. No século XV, os portugueses que haviam conhecido a banana na África, começaram plantações sistemáticas de bananais nas ilhas atlânticas e no Brasil. A partir daí a musacea adaptou-se ao clima e a geografia brasileira de tal forma que hoje é o fruto mais popular do país e o segundo do planeta, só ficando atrás da maçã, e o Brasil é o terceiro maior produtor da fruta, perdendo apenas para o Equador e para a Índia. Tornou-se tão brasileira a banana, que incorporou-se ao anedotário e folclore do país e daí gerou inúmeros provérbios, ditos e anedotas, como por exemplo: “A preço de banana”, “Dou uma banana para isso”, “República das bananas” e muitos outros.
A bananeira é uma planta de caule subterrâneo que se desenvolve no sentido horizontal, e do qual saem folhas que crescem para fora da terra, formando um falso tronco. Ao contrário do que muita gente pensa, a bananeira não é uma árvore apesar do tamanho, trata-se de um arbusto com tronco oculto debaixo da terra. Observe-se que o falso caule da bananeira dá frutos apenas uma vez, daí morre e é substituído por novo caule, repetindo-se o processo anualmente. Dada essa característica de emitir sempre novos rebentos, o bananal torna-se permanente na área, porém com plantas renovadas a cada ciclo. Quando imatura, a banana é uma fruta de cor verde, ao madurar apresenta cor amarela ou, raramente, vermelha.
Existem mais de 500 variedades de banana em todo o mundo, contudo, apenas pouco mais de uma dezena é comestível e aproveitada comercialmente. As cinco variedades principais são: banana prata, banana maçã, banana ouro, caturra e banana terra. A banana é um alimento energético, sendo composta basicamente de água e carboidratos, contém pouca proteína e gordura. É rica em sais minerais como sódio, magnésio, fósforo e, especialmente, potássio, sendo de fácil acesso e tornando a refeição ligeira, passou a ser o alimento ideal para os desportistas sujeitos aos grandes desgastes nos esforços físicos. Comparando-a com a maçã, tem o quádruplo das proteínas, o dobro dos hidratos de carbono, três vezes mais fósforo, cinco vezes mais vitamina A e ferro e o dobro das outras vitaminas e minerais. É um fruto rico em vitaminas e uma das mais saudáveis comidas existentes. É uma fruta flexível, grandemente consumida in natura, também pode ser transformada em cachaça, doces, licores, geléias e até vinagres.
Além disso, a bananeira tem folhas grandes e caule fibroso que podem servir para cobrir abrigos provisórios, ou como embalagens de boa qualidade, ser utilizados como ataduras de emergência, resultar em certo tipo de papel e na confecção de artesanatos como chapéus, bolsas, cordas, peneiras, objetos de decoração e até no fabrico de móveis sofisticados. O líquido acumulado entre as folhas e o caule, é utilizado para aliviar dores resultantes do ataque das aranhas, vespas, escorpiões e até de cobra. O fruto é uma verdadeira panacéia, pode auxiliar no tratamento de certas enfermidades, tais como: tuberculose, paralisia, reumatismo, artrite, prisão de ventre, diarréia, desidratação, e, ainda, doenças de estômago, rins, fígado, intestinos e nervos, úlceras da pele, dermatites, queimaduras de sol, feridas, fraqueza pulmonar, resfriados, tosse crônica, tosse de fumante, bronquite crônica. De acordo com recentes estudos, a maioria das pessoas que habitualmente sofrem com depressões sentiram-se substancialmente melhor depois de comerem uma banana.
No Brasil, o setor bananeiro gera mais de 500.000 empregos diretos. Segundo dados do IBGE, no ano de 2004, a cultura foi a segunda mais produtiva, ficando atrás somente da laranja. Creio que depois de ler este texto, o leitor nunca mais vai olhar a banana com os mesmos olhos, vai reconsiderar seus conceitos bananais para sempre. JAIR, Floripa, 22/04/09.

5 comentários:

Almirante Águia disse...

No hospício, dois loucos comem banana no pátio.

O primeiro tira a casca da banana com o maior cuidado. O segundo come com casca e tudo.

— Ô, cara! — diz o primeiro — Você é louco?

— Vou tirar a casca pra quê? — diz ele, dando mais uma mordida — Eu já sei o que tem dentro!

Luísa Nogueira disse...

Oi Jair!
Já fizemos um curso de fabricação de papel artesanal feito com as folhas da bananeira. Um desses dias, na parte de artesanato, podemos começar algo nesse sentido, que tal?

JAIRCLOPES disse...

Boa ideia Luiza.

gorettiguerreira disse...

Oi Luiza.
Para mim que sou nascida em Fortaleza, então vou plantar "macaxeira"...rs
Lindas árvores, flores e frutos do nosso belo Cerrado brasileiro.
Parabéns pelo Blog!
Bjs de luz.
Goretti

Leonel disse...

Matéria interessante!
Uma ironia que uma fruta tão associada ao nosso país tenha se originado tão longe e dado a volta ao mundo antes de chegar por aqui.
O termo “república de bananas” também parece não ter se originado aqui, mas há registros de ter sido usado há bastante tempo na América do Norte, como referência a alguns países centroamericanos, que se caracterizavam por sua instabilidade política e pela venalidade de seus governantes, lá pelo final do século XIX e no início do século XX.
Como você falou, as cinco principais variedades são as citadas, mas na região Nordeste, tem também um tipo de banana grandona, chamada banana d'água, que é bem popular e, cozida, é usada como complemento nas refeições.
Há alguns meses,eu tive que eliminar algumas bananeiras nos fundos do meu quintal, para dar espaço para outras árvores, pois elas não param de se multiplicar e de se reproduzir, tendendo a formar verdadeiros “blocos”.

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